“Unidos Podemos”, um nome em jeito de premonição, que pode fazer história em Espanha.
“Unidos Podemos”, um nome em jeito de premonição, que pode fazer história em Espanha. Depois de ser a terceira formação mais votada há seis meses, o partido de Pablo Iglesias saído do movimento dos Indignados, juntou-se à Esquerda Unida numa coligação que é apontada como a segunda mais votada nas legislativas do próximo domingo.
Alguns estudos colocam-na mesmo muito perto do Partido Popular governante, razão pela qual Iglesias sublinha que “eles estão muito preocupados com o que isso significa”.
Favorito com curta margem, o primeiro-ministro conservador ameaça não se apresentar à investidura, caso se repitam os resultados de dezembro, quando o PP venceu sem maioria para formar executivo, nem parceiros dispostos a uma associação governativa.
Mariano Rajoy volta, no entanto, a admitir a possibilidade de uma “grande coligação” com os socialistas.
O líder conservador diz que uma recusa em negociar “não é mais do que uma demonstração de fraqueza daquele que não ousa dialogar e chegar a acordo com outro que é diferente dele”.
Mas é certo que, tal como durante os meses de diálogo infrutífero que obrigaram à repetição das eleições, o líder do PSOE, Pedro Sánchez, continua a recusar falar com Rajoy.
A confirmar-se as sondagens, os socialistas serão relegados para terceira força política do país, pela primeira vez desde o fim da ditadura.
Tudo indica que o parlamento continuará fragmentado e a plataforma liberal Ciudadanos – quarta força política – espera ter um papel crucial. O líder, Albert Rivera, exclui abrir a porta à coligação Unidos Podemos, mas propôs ao PP e ao PSOE uma negociação, logo após o escrutínio do próximo domingo. No entanto, no caso do Partido Popular, Rivera exige abertamente o afastamento de Rajoy o que, apesar de improvável, seria uma condição que os socialistas também estariam dispostos a aceitar, segundo os analistas, num cenário de grande coligação.