O Brexit deixa o Reino desunido

O Brexit deixa o Reino desunido
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De  Antonio Oliveira E Silva com SARAH JOANNE TAYLOR E THOMAS SEYMAT
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Depois dos resultados do _Brexit_, já há quem peça referendos na Escócia e na Irlanda do Norte sobre uma possível independência relativamente ao Reino Unido.

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O Reino Unido já conhece os resultados do referendo sobre a saída ou permanência na União Europeia (UE). E o Brexit, ou seja, o abandono da UE, é já uma realidade que deverá dominar os encontros em Bruxelas a curto e a médio prazo.

No entanto, o sentido de voto não foi homogéneo em todo o território britânico. Enquanto a Inglaterra e o País de Gales votaram largamente a favor da saída da União, a Escócia e a Irlanda do Norte (Ulster) votaram a favor da permanência do Reino Unido na UE.

FT graphic showing just how divided we are pic.twitter.com/JUswOl08Xu

— Patrick Smith (@psmith) June 24, 2016

O Caso escocês

Nicola Sturgeon, líder do Governo da Escócia, feroz partidária da permanência do Reino Unido na UE, disse, mesmo antes de conhecidos os resultados, que a região teria de tomar uma posição caso o Brexit ganhasse.

“Desejo um resultado a favor da permanência do Reino Unido na UE em todo o território. Espero que seja esse o motivo da celebração de sexta-feira. Nas últimas eleições escocesas, dissemos que, caso saíssemos da UE contra a nossa vontade, o parlamento escocês não teria outra opção que pedir um segundo referendo,” disse a chefe do Governo escocês.

Nicola Sturgeon deverá agora reunir figuras destacadas do Partido Nacional Escocês (Scottish National Party, SNP) para decidir qual será o próximo passo. Pedirá a Escócia a realização de um novo referendo para a independência do Reino Unido?

Patrick Harvie, do Partido Ecologista Escocês (Scottish Green Party, SGP) disse que o seu partido poderia apoiar um segundo referendo acerca de independência.

“A Escócia deve manter-se aberta a todas as possibilidades de forma a proteger-se contra este tipo de ameaça”, disse Harvie.

“O parlamento escocês terá de estar representado nas negociações sobre o futuro e os próximos passos. Devemos estabelecer um plano de ação entre os diferentes partidos, para que possamos defender os nossos direitos como cidadãos da UE.”

A primeira-ministra precisa dos seis votos do SGP para levar avante a sua iniciativa no Holyrood (parlaento escocês) e para que seja convocado um novo referendo. Mas Patrick Harvie já disse que apenas apoiará a iniciativa se houver pelo menos um milhão de eleitores a favor da mesma.

A Irlanda do Norte, um caso diferente

Para o partido republicano irlandês Sinn Féin. o Governo britânico “comprometeu o seu mandato como representante dos interesses políticos e económicos do povo da Irlanda do Norte.”

BREAKING: Sinn Fein says "British government has forfeited any mandate to represent economic or political interests of people in N Ireland"

— Marc Mallett (@MarcMallett_UTV) June 24, 2016

Declan Kearney, dirigente nacional do partido, disse, pouco antes de serem conhecidos os resultados oficiais, que “tudo indicava que os votos ingleses iriam minar a vontade democrática do povo da Irlanda do Norte. Tanto republicanos como unionistas, católicos como protestantes votaram a favor da permanência na União Europeia.”

Antes do referendo, o primeiro-ministro da Irlanda do Norte e também membro do partido Sinn Féin, Martin McGuiness, pediu a realização de um referendo sobre o futuro do território como parte integrante do Reino Unido. No entanto, as sondagens sobre o assunto demonstraram que a maioria do eleitorado votaria pela permanência do Ulster no Reino Unido.

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