Cimeira Europeia: 28 discutem passagem a 27

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Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reunem-se esta terça-feira para uma cimeira consagrada ao Brexit.

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Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reunem-se esta terça-feira para uma cimeira consagrada ao Brexit.
Este pode mesmo ser o último Conselho Europeu de David Cameron. O primeiro-ministro britânico no dia a seguir ao referendo anunciou que se vai demitir. Um escrutínio no qual o Reino Unido decidiu sair da União Europeia.

As reuniões multiplicam-se entre os restante 27 de forma a acertar posições. É necessário punir Londres ou, pelo contrário, mostrar-se flexível? A chancelaria alemã recebeu ontem em Brelim o presidente francês, o chefe do governo italiano e o presidente do Conselho Europeu para tentar estabelecer uma posição comum. Mas antes deste encontro, Angela Merkel já tinha repetido que é necessário respeitar a vontade do Reino Unido.

A chanceler alemã lembra que “agora não podemos ficar parados eternamente, porque isso não seria bom para a economia de ambas as partes, nem para o resto dos 27, nem para o Reino Unido. De qualquer forma entendo que Londres necessita de tempo para avaliar o resultado”.

Calendário do Brexit está nas mãos dos britânicos

A saída de um Estado-membro está prevista no artigo 50 do Tratado da União Europeia. Prevê que “o Estado-membro que decida retirar-se deve notificar o Conselho Europeu”, sem mais detalhes nem calendário preciso. O primeiro-ministro britânico, que já anunciou a demissão, parece querer deixar esta tarefa ao sucessor.

E os partidários do Brexit também parecem não ter muita pressa para negociar esta saída. Londres tem as cartas na mão para avançar com este processo, tal como nos explica Pieter Cleppe, do Centro de Reflexão Open Europe: “o Reino Unido tem o poder de decidir quando começar as negociações. Este foi apenas um referendo não vinculativo mas é claro que a nível político é muito vinculativo. Mas o Reino Unido pode, em teoria, perfeitamente acionar o artigo 50 dentro de 4 ou 5 anos. Claro que isso não é realista porque os apoiantes do Brexit iriam começar a queixar-se e as negociações podem demorar alguns anos: Donald Tusk falou de 7 anos de negociações, Cameron chegou a falar de 10. Por isso devemos continuar a ver o Reino Unido como membro da União Europeia por mais algum tempo”.

John Kerry pede calma aos europeus

As ondas de choque do Brexit passaram as fronteiras da União Europeia. O secretário de Estado norte-americano esteve em Bruxelas. John Kerry pede aos europeus para agirem de forma bem pensada neste período de incerteza.

“Os Estados Unidos preocupam-se em ter uma União Europeia forte. Porquê? Porque não existem nenhum tema sobre o qual trabalhamos, sejam as mudanças climáticas, seja a luta contra o terrorismo, as migrações- trabalhamos juntos. É através da união destes países que somos capazes de fazer coisas boas”, garantiu John Kerry.

Os 28 chefes de Estado e de governo encontram-se ao início da tarde. Mas amanhã serão apenas 27 uma vez que Cameron não vai estar na reunião informal dos parceiros europeus.

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