Conservadores britânicos à procura de uma saída do 'Brexit'

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Theresa May, ministra pró-europeia é dada como favorita para suceder a Cameron, à frente de um governo 'Brexit'.

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A vitória do ‘Brexit’ abre a corrida à nomeação de um novo governo britânico, após o anúncio da demissão de David Cameron.

O primeiro-ministro desloca-se hoje a Bruxelas para explicar o voto de quinta-feira, quando o seu sucessor só deverá formalizar a saída do país da UE, após a nomeação do novo governo, depois do Verão.

Os conservadores deverão iniciar esta quarta-feira o processo para escolher um novo líder, quando o novo primeiro-ministro poderá assumir funções em Setembro.

No topo da lista de candidatos encontra-se o ex-presidente da câmara de Londres, Boris Johnson e uma das vozes da campanha eurocética no campo conservador.

O político parece, no entanto, fazer marcha-atrás nas suas afirmações depois de ter declarado, esta segunda-feira, que o Reino Unido, “vai continuar a fazer parte da Europa”. Johnson tinha já defendido, logo após o referendo, a permanência do país no mercado comum europeu.

O atual ministro das Finanças, George Osborne, que nunca escondeu as ambições de suceder a Cameron, afirmou ontem que não vai ser candidato, quando tenta acalmar a turbulência dos mercados financeiros.

As sondagens apontam, no entanto, a atual ministra do Interior, Theresa May, como a candidata que beneficia de mais apoio dentro do partido para liderar um “governo do ‘Brexit’”, apesar de defender a permanência na UE.

A batalha ameaça reabrir as divisões entre eurocéticos e pró-europeus dentro do partido, a mesma divisão a que Cameron tentou pôr fim ao convocar o referendo.

Líder trabalhista enfrenta voto de confiança

Do lado da oposição, o líder trabalhista continua a ser acusado de não esconder as suas dúvidas sobre a UE durante a campanha.

Jeremy Corbyn voltou ontem a rejeitar demitir-se face à revolta de duas dezenas de personalidades que desertaram, desde segunda-feira, o chamado “governo-sombra” trabalhista.

Apoiado por milhares de militantes de base que se manifestaram ontem em Londres, Corbyn vai no entanto ter que enfrentar esta terça-feira um voto de confiança reclamado pela cúpula da formação.

Uma solução dinamarquesa ou norueguesa para o ‘Brexit’

A corrida à sucessão de Cameron coincide com os esforços do governo para encontrar uma solução para conciliar o resultado da consulta popular com a posição divergente da maioria do parlamento, ou do governo independentista escocês.

O atual ministro da Saúde britânico, Jeremy Hunt, que também deverá entrar na corrida à chefia do governo, propôs ontem a possibilidade de convocar um novo referendo, depois de um eventual novo acordo migratório com Bruxelas.

Uma solução “à irlandesa” ou “à dinamarquesa”, depois destes dois países terem optado, no passado, por convocar uma segunda consulta popular sobre temas europeus, após renegociarem as condições de adesão com Bruxelas.

A aparente mudança de posição de Boris Johnson sobre as relações com a UE poderá igualmente ilustrar uma possível solução “à norueguesa”.

A Noruega não é membro da UE, mas beneficia de acordos específicos que lhe permitem estar dentro do mercado comum europeu e do espaço de livre circulação de Schengen.

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Em qualquer dos casos, Londres terá que contar com os receios de vários responsáveis da UE de que as condições da saída do Reino Unido – assim com de uma possível “readmissão” – possam levar outros estados-membros a interrogar-se sobre as vantagens de pertencer ao bloco comunitário.

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