França: Comissão de inquérito sobre os atentados propõe reformas dos serviços de segurança

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Duzentas horas de audições, trezentas páginas, mil anexos, 8 meses de trabalho e quatro dezenas de propostas.

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Duzentas horas de audições, trezentas páginas, mil anexos, 8 meses de trabalho e quatro dezenas de propostas. É o resultado do trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os atentados de Paris em 2015. O grupo apresentou esta terça-feira o relatório.

O relator, Sebastien Pietrasanta referiu que “o objetivo não é apontar o dedo a ninguém, mas contribuir para melhorar a luta contra o terrorismo”.

O documento debruça-se sobre três aspetos fundamentais: o trabalho das forças da ordem e das forças de intrevenção, os socorros e os serviços de informação.

“Permitam-me saudar a coragem, a abnegação e o profissionalismo das nossas forças de intervenção, a BRI, o GIGN o RAID. Independenteente das rivalidades, estas forças de intervenção salvaram reféns de cada vez que atuaram”, afirmou Sebastien Pietrasanta.

A rivalidade é o problema que coloca a justaposição dos três grupos de intervenção. O GIGN, o mais antigo, é um grupo de élite da guarda nacional, a vertente militar, enquanto o RAID é uma força de polícia. Os dois corpos são de intervenção,enquanto a BRI é uma unidade de polícia judiciária, em simultâneo de investigação e intervenção. O relatório propõe a fusão destas forças

“A investigação constatou que os socorros chegaram entre 3 a 10 minutos a todos os locais dos ataques na noite de 13 de novembro e propõe a criação de um corredor de extração das vítimas, numa zona de exclusão composta por socorristas protegidos pelas forças de segurança”, referiu Pietrasanta.

Os socorros são outro dos pontos chave. Ainda que tenham chegado rapidamente, houve falhas. Falhas na segurança e problemas de acesso a zonas bloqueadas pelas forças de intervenção. Por outro lado, os cuidados com os feridos e o acompanhamento psicológico foi insuficiente, bem como o acompanhamento das vítimas que não sofreram ferimentos.

“Recordemos que o ataque de 13 de novembro provém essecialmente de francófonos belgas. Face a esta realidade quisémos conhecer o percurso dos terroristas franceses que atacaram o nosso território. Eram todos conhecidos estavam identificados e alguns eram vigiados”.

Para a questão dos serviços secretos, as propostas são mais concretas. Tantos os autores dos ataques de 7 de janeiro como de 13 de novembro eram conhecidos, o que revela falhas tanto nos serviços de informação internos como externos.

O relatório aconselha a restruturação profunda e a fusão dos diversos serviços, de forma a melhorar a coordenação. Por outro lado pede o reforço da informação penitenciária, tendo em conta que as prisões são um terreno fértil de radicalização.

Em resumo, a comissão parlamentar francesa propõe a criação de uma agência nacional de luta contra o terrorismo, no modelo do centro anti-terrorista criado nos Estados Unidos após os atentados do 11 de setembro.

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