Stevia, a planta doce com um pequeno travo amargo

Stevia, a planta doce com um pequeno travo amargo
De  Euronews
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É cerca de 200 vezes mais doce do que o açucar e tem um travo a alcaçuz: chama-se stevia.

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É cerca de 200 vezes mais doce do que o açucar e tem um travo a alcaçuz: chama-se stevia. Usada como substituto do açucar, a stevia é uma planta de crescimento rápido que pode prospera em Málaga, em Espanha, num clima quase tropical. Sergio Martin dedica-se agora ao cultivo desta planta que é cada vez mais rentável.
“Antes plantava tomates, pimentos, cebolas, batatas…mas o futuro desse tipo de agricultura é muito negro. Por isso decidi mudar para outro tipo de agricultura, para a Stevia. Porque é uma planta não sujeita às pragas, fazemos três colheitas por ano. A primeira plantação foi feita há quatro anos e não tivemos de voltar a replantar”, garante o agricultor espanhol.

O composto extraído da Stevia é unico, não existe noutros produtos: não tem calorias e pode ser consumido por diabéticos uma vez que não afeta os níveis de insulina. Quando é seca, a planta deve ser fervida para se extrair o composto conhecido por E-960.

Em 2010, no professor de botânica da Universidade de Granada, Jose Luis Rosua criou a empresa SteviGran para processar as folhas da planta. “Recebemos vários quilos das folhas secas, depois fervemos para extrair o composto. É claro que depois de ferver ficamos com o produto assim, que não tem a autorização da União Europeia para ser usado. Por isso temos de o purificar. Há várias fases no processo de purificação- micro, ultra e nano filtragem- até chegar ao produto puro como este e só o podemos vender diluido, quando tem 95% de steviol. Também é vendido como stevia pura em pó”, explica o professor.

A SteviGran transforma este pó em pequenas drageias usadas para substituir o açucar. E está a ganhar cada vez mais adeptos numa altura em que as preocupações com o consumo de calorias cresce.

De qualquer forma, nem tudo é perfeito. Alguns chefes de cozinha dizem que não é fácil trabalhar com a stevia porque não se mistura bem com outros ingredientes. Além disso, o travo a alcaçuz não é bom para todas as receitas.

Há também nutricionistas que pedem mais estudos sobre os efeitos deste produto nos seres humanos.
O professor José Miguel Mulet, da Universidade Politécnica de Valência garante que ainda há muito pouca informação sobre a stevia: “Já pode ser encontrada em muitos produtos alimentares. Mas é preciso ler os rótulos. Se disser que é feito de stevia não quer dizer contenha stevia, uma vez que a planta não é autorizada. Quais são os problemas da stevia? O problema de consumir stevia em planta é que tem uma atividade farmacológica. Pode provocar infertilidade masculina e queda da pressão sanguínea, em alguns casos pode ser fatal. Outro problema é que a stevia está a ser “vendida” como a cura para a diabetes. Um erro enorme. A stevia não substitui qualquer tratamento para a diabetes. É um adoçante aceitável para os diabéticos porque não aumenta os níveis de insulina, tal como as sacarinas ou o aspartame”.

Na União Europeia, as folhas de stevia não são reconhecidas como produto alimentar e os agricultores não estão autorizados a vender as plantas ou as folhas a ervanárias. Em 2011, Bruxelas legalizou a comercialização do extrato E-960.

Mas na Alemanha, na Bavaria foi conseguido um estatuto de excepção uma vez que ficou provado em tribunal que a planta já era consumida antes das regras comunitárias. Agora os agricultores espanhóis querem o alargamento desta decisão. Leovigildo Martín, presidente da Associação de Agricultores APYCSA afirma que “há muito que é consumida na Europa como alimento tradicional, como o chá ou a camomila. Não é um alimento novo. A União Europeia deveria fechar este dossier autorizando a venda e consumo como o chá ou a camomila”.

Stevia é conhecida há séculos. Vem do Paraguai e foi descoberta pelo botânico espanhol Pedro Jaime Esteves, que morreu em 1556. Nos anos 70 e 80 do século passado, teve o primeiro uso industrial no Japão. Mais tarde também passou a ser produzida na China, Tailândia e Malásia.

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