S&P agrava nível de "lixo" para crédito da Turquia e Erdogan reage

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De  Euronews
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Na sequência do golpe militar falhado no fim de semana e da turbulência política entretanto gerada, a agência de cotação Standard & Poor’s reviu o crédito da Turquia de BB+/B para BB/B, agravando o ní

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Na sequência do golpe militar falhado no fim de semana e da turbulência política entretanto gerada, a agência de cotação Standard & Poor’s reviu o crédito da Turquia de BB+/B para BB/B, agravando o nível de “lixo” e com uma perspetiva negativa para o futuro.

A decisão teve impacto na queda de cotização da lira turca, fez-se sentir já esta quinta-feira na bolsa de Istambul e agravou os efeitos económicos já provocados pelos acontecimentos dos últimos dias.

S&P downgrades Turkey's sovereign credit rating after coup bid https://t.co/6pIZMZz2Bppic.twitter.com/M0pAuQbr0D

— FRANCE 24 (@FRANCE24) 20 de julho de 2016

Através de uma declaração emitida pela televisão turca em que confirmou a implementação de um controverso estado de emergência de três meses, o Presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, respondeu à decisão da agência com uma mensagem dirigida aos investidores: “Os agentes da economia, nacionais e internacionais, não devem ter a mais pequena preocupação quanto à implementação na Turquia do estado de emergência.”

Sobre a agência, o chefe de Estado deixou uma pergunta: “O que é que a Standard & Poor’s tem a ver com a Turquia? Não somos vossos membros. Esta instituição já fez o mesmo antes e nós já lhes dissemos que não queremos voltar a estar de mãos dadas com eles.”

Turkey to rebut S&P rating with solid economy: Experts https://t.co/JS2XZ4AxUrpic.twitter.com/7JUnbH2acn

— ANADOLU AGENCY (ENG) (@anadoluagency) 21 de julho de 2016

Desde 2013 que a Turquia cortou relações com a Standard & Poor’s. As revisões da agência não são, por isso, solicitadas/ pagas por Ancara.

Selva Demiralp, professora de economia da Universidade Koç, em Istambul, lembra que “a Turquia tem um défice na conta corrente” e sublinha que “a confiança dos investidores é importante”. De uma forma fria, esta especialista considera que o “acontecimento terrível” do golpe militar falhado “aconteceu numa boa altura em que a liquidez global é abundante”. “Como hoje, com a decisão do BCE. Eles vão manter a flexibilização quantitativa, o Banco do Japão também e quando há assim tanta liquidez no sistema há menos preocupação face à capacidade da Turquia de financiar a dívida externa”, defendeu Selva Demiralp.

Face à insegurança e ao recente golpe militar falhado, o presidente Recep Tayyp Erdogan decretou quarta-feira três meses de estado de emergência na Turquia e tem em curso uma limpeza política, na qual quase 11 mil pessoas foram presas por suspeita ou comprovada ligação à tentativa de tomada de poder na sexta-feira.

A Standard & Poors prevê, por isso, que a situação económica e fiscal na Turquia ainda possa vir a deteriorar-se mais nos próximos tempos.

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