O limbo que o Brasil não leva na desportiva

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De  Euronews
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A chegada da tocha olímpica ao Rio de Janeiro não parece ter aquecido assim tantos ânimos.

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A chegada da tocha olímpica ao Rio de Janeiro não parece ter aquecido assim tantos ânimos.

O mundo olha para este país, mas não pelas razões que muitos habitantes pretendem. Os Jogos Olímpicos surgem numa espiral de recessão económica, de turbulência política, de corrupção sistémica. Tudo isto tem levado os brasileiros às ruas.

A presidente do Brasil já não o é, pelo menos por agora, tendo sido afastada no âmbito de um agitado processo de destituição que projetou o vice-presidente Michel Temer para a chefia interina do Estado.

Dilma Rousseff é acusada de maquilhar as contas públicas, à revelia do Congresso, para esconder a situação do país. Mas a histórica trabalhista contrapõe com o facto de outros presidentes terem também agilizado certos procedimentos e denuncia uma conspiração dos conservadores para a derrubar do poder.

E, depois, há a questão Petrobras e a operação Lava Jato, que investiga o alegado suborno de políticos de vários partidos, entre os quais Lula da Silva, e a atribuição de contratos da companhia estatal a grandes construtoras.

Os Jogos Olímpicos vieram pôr alguma água na fervura? Na primeira metade de 2016, a violência subiu exponencialmente, embaraçando as autoridades que fizeram da segurança a questão prioritária na reorganização do Rio de Janeiro.

Segundo Ignacio Cano, sociólogo, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, “2013 e 2014 foram anos negativos, as taxas de criminalidade voltaram a subir. 2015 foi um ano moderadamente positivo, de pequena contenção. 2016 tem sido muito negativo, com um aumento dramático dos homicídios, roubos e outros crimes.”

Temer herda neste momento uma economia que conhece a mais grave recessão desde há 25 anos. As previsões do FMI para 2017 apontam para um prolongamento deste cenário negativo.

Poucos acreditam que os Jogos Olímpicos irão estimular a economia, até porque o exemplo do Mundial de 2014 não foi esse. Registou-se algum incremento durante o evento, mas o último trimestre foi de contração acentuada.

Para que a maior economia da América Latina possa começar a sair do limbo e iniciar reformas, a estabilidade política é crucial. Caso contrário, as expetativas continuarão a ser tão frágeis como castelos na areia.

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