Dar uma nova vida às casas noturnas em Londres

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De  Nara Madeira
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Na última década, e de acordo com dados da Association of Licensed Multiple Retailers, a vida noturna no Reino Unido sofreu alterações drásticas.

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Na última década, e de acordo com dados da Association of Licensed Multiple Retailers, a vida noturna no Reino Unido sofreu alterações drásticas. Mais de metade das casas noturnas encerraram.

O clube noturno “Fabric” sobrevive desde 1999 mas com as dificuldades que levaram outros a fechar portas.

Os problemas sociais, como as drogas, levaram as autoridades a endurecer os requisitos para a revalidação das licenças. Mais de 50 condições, não negociáveis, incluindo, a interdição de entrada a menores de 21 anos e a obrigatoriedade de encerramento às 03h00 da manhã. A fiscalização foi intensificada, incluindo a utilização de cães farejadores.

“Todas as autoridades competentes mudaram a sua atitude. Antes trabalhávamos juntos, já havia problemas como as drogas, violência ou outras coisas, mas conversava-se. A mudança foi repentina, elas deixaram de trabalhar connosco e passaram, simplesmente, a penalizar-nos, como se tudo fosse nossa responsabilidade, deixou de haver uma responsabilidade individual”, afirma Andy Blackett, relações públicas do Fabric.

Em situações particulares, as autoridades autorizam a casa noturna a abrir até às 5h00 da manhã. Mas é cada vez mais difícil obtê-las. O Dance Tunnel, em Hackney, Londres, fecha este mês porque sem esta forma de ganhar mais dinheiro é difícil sobreviver.

“O cenário ideal seria haver, em Londres, uma política de proteção das discotecas, das empresas culturais, mas que protegesse também os moradores e outras pessoas afetadas por algumas questões negativas que advêm do negócio da noite”, refere Dan Beaumont, coproprietário do Dance Tunnel:

Cada um dos 32 bairros da grande Londres pode legislar sobre esta matéria. O que acontece é que nem sempre se compreende os benefícios desta indústria.

“Por norma, só se vê o lado negativo: o comportamento antisocial, o crime, o barulho. O que queremos é que se olhe para o que representa em termos de negócio: o emprego, a regeneração, os postos de trabalhos diurnos. Que se olhe o valor em termos culturais, de atração de turismo para as nossas cidades”, explica Alan Miller, responsável pela Associação das Indústrias da Noite.

O anterior presidente da câmara de Londres, Boris Johnson, que dizia que a indústria valia 66 mil milhões de libras, mais de 77 mil milhões de euros, por ano, criou uma comissão para resolver as questões da “noite”.

O novo autarca promete transportes 24 horas por dia, aos fins de semana, mas não só:

“A economia da noite é importante para Londres e para a minha vida social. Estou preocupado com o encerramento, ao longo dos últimos anos, de muitos locais de música ao vivo. A vida noturna é cada vez mais difícil para os empresários da noite. Por isso, tenho o prazer de dizer que desde 19 de agosto temos metro toda a noite, em Londres e que vou criar um cargo específico para tratar das questões da noite, não um presidente da câmara para a noite, mas um czar. E vamos criar um plano para as infra-estruturas culturais, como já temos para a habitação e transportes, precisamos de um bom plano para a cultura”, adianta Sadiq Khan.

O metro está já a funcionar 24 horas por dia em duas linhas, à sexta e sábado.

O autarca tem muito trabalho pela frente mas promete proteger também os interesses dos empresários da noite. Uma indústria importante para o desenvolvimento cultural, social e económico da capital britânica.

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