Vice-ministro boliviano espancado até à morte em protesto de mineiros

Vice-ministro boliviano espancado até à morte em protesto de mineiros
De  Euronews
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Rodolfo Illanes terá tentado dialogar com os manifestantes, acabou sequestrado e brutalmente assassinado. O assessor também terá sido atacado, mas escapou com vida.

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O ministro do Interior da Bolívia, Carlos Romero, confirmou quinta-feira que o vice-ministro, Rodolfo Illanes, foi “brutalmente assassinado” após ter sido sequestrado por mineiros em protesto.

“Estamos a realizar as diligências necessárias para que nos entreguem o corpo de Illanes”, disse Carlos Romero, transmitindo ainda uma mensagem de pesar aos familiares, numa declaração aos jornalistas no Palácio do Governo.

Ministro Ferreira: #Illanes fue ‘golpeado hasta la muerte’ y no dejan recuperar su cuerpo https://t.co/yKaS9K7gDApic.twitter.com/UfvdmgmCI2

— La Razon Digital (@LaRazon_Bolivia) 26 de agosto de 2016

O ministro confirmou assim a versão que já circulava horas antes, depois do jornalista Moisés Flores, diretor da rádio Fedecomin, afirmar ter visto o corpo num monte do planalto, perto da localidade de Panduro, a 180 quilómetros da capital, La Paz, onde voltaram a registar-se violentos confrontos entre mineiros e a polícia.

Carlos Romero disse que o vice-ministro do Interior, Rodolfo Illanes, pediu para ir a Panduro para abrir um janela de diálogo com os manifestantes que, há três dias, bloqueiam estradas em forma de protesto contra uma lei sobre sindicatos que deverá ser promulgada esta sexta-feira pelo Presidente Evo Morales.

Las imágenes registran el lugar donde estuvo el viceministro Illanes tratando de mediar en el conflicto pic.twitter.com/zeRfZwBU1c

— Bolivia TV Oficial (@Canal_BoliviaTV) 26 de agosto de 2016

O ministro realçou que, através de diferentes meios, o governo exortou os mineiros a libertar Illanes, que terá sido morto entre as 17:30 e as 18:00 horas (22:30 e 23:00 de quinta-feira em Lisboa).

“Queremos não apenas expressar o nosso profundo repúdio por este ato criminoso sem precedentes, mas também solicitar à Justiça que esclareça este assassínio e apure responsabilidades”, concluiu o ministro.

A polícia da Bolívia deteve, entretanto, mais de uma centena de mineiros, que participaram nos bloqueios no planalto. O ministro da Defesa boliviano, Reymi Ferreira, declarou ao canal de televisão Red Uno que o governo não vai deixar o crime passar impune e que os agentes detiveram já entre 100 e 120 pessoas no âmbito da investigação ao caso.

Segundo Reymi Ferreira, o Presidente da Bolívia, Evo Morales, “está profundamente comovido” e a morte de Illanes causou uma “profunda dor” porque era um vice-ministro “muito querido”.

Gobierno asegura que ‘el crimen (de Illanes) no va a quedar impune’ y reporta 120 detenidos https://t.co/Gr94mPQ5eKpic.twitter.com/Q68uUmP4kP

— La Razon Digital (@LaRazon_Bolivia) 26 de agosto de 2016

O ministro anunciou que o chefe de Estado vai reunir-se às 05:00 (10:00 em Lisboa) com os ministros e que, nessa altura, vão ser reveladas as medidas a tomar face ao conflito com os mineiros organizados em cooperativas.

Reymi Ferreira afirmou que atualmente o governo está preocupado em recuperar o corpo de Illanes, e acusou os mineiros de serem “intransigentes” por não permitirem a remoção do corpo para que seja submetido a uma autópsia e posteriormente entregue aos familiares. O corpo, entretanto, já foi resgatado e trasladado para um hospital (vídeo em baixo).

Edecán del viceministro Illanes fue trasladado al Hospital Nuestra Señora de La Paz pic.twitter.com/eTW8qefdwN

— Bolivia TV Oficial (@Canal_BoliviaTV) 26 de agosto de 2016

“É uma atitude terrivelmente criminosa a que estes dirigentes estão a demonstrar”, afirmou, aludindo aos líderes da Federação Nacional das Cooperativas Mineiras (Fencomin), que convocou os protestos contra uma lei promulgada pelo Governo.

Os mineiros rejeitam-na porque estimula a formação de sindicatos nas cooperativas, o que entendem ser prejudicial para o funcionamento desse tipo de organizações.

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