Ascensão e queda de Dilma Rousseff

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De  Maria Barradas
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De guerrilheira na década de 1970 a participante da administração pública em diferentes governos, Dilma Vana Rousseff tornou-se uma figura de importância central no governo…

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De guerrilheira na década de 1970 a participante da administração pública em diferentes governos, Dilma Vana Rousseff tornou-se uma figura de importância central no governo Lula. E foi o próprio Lula que a protegeu e encaminhou para a presidência quando, em 2010, ficou impossibilitado de candidatar-se a um terceiro mandato.

No discurso de tomada de posse, no dia 1 de janeiro de 2011, Dilma afirmou: “A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos”.

Mas os problemas não tardam a chegar. O país entra em recessão após uma década de crescimento. Apesar dos esforços de Dilma para relançar a economia e o poder de compra dos brasileiros, o défice não pára de crescer e a contestação sai às ruas.

É neste contexto que rebenta o escândalo da Petrobras. Múltiplas personalidades políticas terão alegadamente recebido luvas em troco de contratos públicos. O nome de Dilma Roussef não surge durante a investigação, mas o facto de ser, na altura, presidente de administração da Petrobras levanta muitas questões.

Rousseff é, apesar de tudo, reeleita em outubro de 2014, pouco tempo antes de as ações da Petrobras se afundarem na bolsa. Os adversários políticos que digeriram mal o sua segunda eleição, aproveitam o descontentamento de várias classes sociais e profissionais. Em dezembro de 2015, o presidente do parlamento lança o processo de destituição.

Dilma foi acusada de maquilhar as contas públicas – uma prática corrente utilizada pelos seus antecessores e que consiste em esconder a dimensão do défice e recorrer a crédito bancário. Num momento em que o país atravessa uma enorme crise económica foi o suficiente para acender o rastilho.

A reação da presidente ao inquérito judicial a Lula da Silva no âmbito do escândalo Petrobras não contribuiu para a credibilizar. Dilma apoia Lula publicamente e chega mesmo a nomeá-lo chefe de gabinete para lhe garantir a imunidade.
Foi a gota de água!
O golpe de misericórdia viria a ser dado pelo PMDB, o partido que apoiava o governo, ao anunciar a retirada do apoio no parlamento.

Os ministros demitem-se e, a 17 abril, os deputados votam a destituição de Dilma Roussef. Foi a primeira etapa de um processo que agora termina sem grande surpresa… E o início, provável, de uma longa travessia no deserto de uma esquerda incarnada por Lula da Silva.

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