Quais as consequências da exploração de minerais em alto mar?

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O solo marinho guarda várias reservas de minerais ainda por explorar.

O solo marinho guarda várias reservas de minerais ainda por explorar. Até que ponto a mineração pode afetar os ecossistemas oceânicos? Viagem até aos Açores.

Encontramo-nos ao largo da ilha do Faial, nos Açores. A indústria mineira está a desenvolver tecnologias que permitem fazer extrações a mais de 500 metros de profundidade. Mas isto levanta várias questões.

“Há depósitos no solo marinho que poderão ser explorados comercialmente. Estamos a falar de metais, mas também de fosfatos e hidratos de metano. Isto desperta muitos interesses, há investimentos a avançar e projetos que vão arrancar em breve”, afirma Ian Stewart, responsável pelo projeto Midas.

No entanto, o impacto da exploração de minerais no leito marinho está por apurar, até porque os nossos conhecimentos sobre estes ecossistemas são escassos. Um grupo de investigadores está a analisar a reação dos corais a esta atividade, através de diferentes tratamentos.

“Temos um tratamento no qual infligimos um ferimento nos fragmentos, provocando um ferimento drástico na colónia. Depois temos um tratamento no qual fizemos uma intoxicação com cobre a uma concentração não letal, mas sabendo que provoca um stress fisiológico neste organismo”, diz-nos a bióloga marinha Inês Martins.

Os corais afetados, juntamente com uma amostra de corais preservados, são levados a bordo de um navio de pesquisa científica que os irá depositar no solo marinho.

Segundo António Godinho, também biólogo marinho, “é importante estudar o impacto da base do ecossistema para perceber que efeitos é que poderá ter, porque todo o resto do ecossistema assenta neste tipo de organismos.”

A experiência é realizada junto ao monte submarino Condor, a pouco menos de 20 quilómetros do Faial. Um veículo aquático distribui as amostras de corais por vários pontos, a mais de 200 metros de profundidade. Todo o processo é controlado à distância.

“Nós vamos monitorizando a deslocação dos corais. Mal estes aterram na posição vertical, tiramos os cabos e confirmamos a posição no leito marinho, para que os possamos encontrar seja dentro de um mês ou de um ano”, explica-nos o piloto do veículo, Paul Bond.

Este projeto europeu de investigação destina-se, então, a revelar como é que os corais respondem a determinadas alterações físicas e químicas do seu habitat, para poder configurar no futuro as normas que vão regular a atividade mineira em alto mar, limitando o seu impacto ambiental.

Para Ian Stewart, “quanto mais informações os cientistas recolherem, melhor. Temos de aprofundar os conhecimentos sobre a resposta dos ecossistemas à mineração. Tudo isto exige mais pesquisas. Caso contrário, será muito difícil estimar os efeitos que essa atividade poderá produzir.”

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