A nomeação do anterior presidente da Comissão Europeia,José Manuel Barroso, para administrador não-executivo numa subsidiária do banco Goldman Sachs suscita dúvidas à Provedora de Justiça Europeia, qu
A nomeação do anterior presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Barroso, para administrador não-executivo numa subsidiária do banco Goldman Sachs suscita dúvidas à Provedora de Justiça Europeia, que pediu esclarecimentos ao atual líder da instituição.
Emily O’Reilly escreveu a Jean-Claude Juncker para saber se foram tomadas medidas para verificar o respeito pelas obrigações éticas e se houve um parecer do Comité de Ética ‘ad hoc’ da CE.
A provedora também quer saber como é que a equipa da CE designada para o dossiê Brexit vai lidar com Barroso, já que este terá como funções aconselhar o banco sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.
Emily O’Reilly questiona ainda se a ‘Comissão Juncker’ tenciona rever o código de conduta dos comissários. Para O’Reilly, a contratação de Durão Barroso “levanta dúvidas sobre a adequação” do código de conduta.
“Não basta dizer que não foram quebradas regras”, considera a provedora, defendendo ainda que as decisões sobre esta matéria “devem ser devidamente tomadas numa base de caso-a-caso e tendo em conta todos os elementos”.
O Provedor de Justiça Europeu investiga queixas relativas a casos de má administração por parte das instituições ou outros organismos da UE, tendo O’Reilly recebido pedidos de esclarecimento de eurodeputados e uma petição da maior associação de funcionários das instituições europeias.
A petição, que visa obter 150 mil assinaturas, exige que seja retirada a Barroso a pensão e outros privilégios dados aos ex-titulares de cargos europeus.
Barroso juntou-se ao Goldman Sachs no passado mês de julho, um ano e meio depois de ter terminado o mandato na CE.