Em discurso de "rentrée", Hollande fala de Islão, terrorismo e laicidade

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De  Ricardo Figueira
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O presidente pegou nos temas "quentes" de França a um ano das eleições.

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Com Sophie Desjardin

Com os motores a aquecer para as presidenciais do próximo ano e a popularidade nas sondagens a bater no fundo, François Hollande falou, neste discurso de rentrée política, dos temas que prometem aquecer o debate em França: Terrorismo, Islão e laicidade

“Esta é uma guerra de um novo tipo. É uma guerra que lança um desafio planetário às democracias. É por isso que a França está comprometida, tanto aqui como longe do país. Ao combater em países estrangeiros, as nossas forças armadas estão a defender-nos, porque se trata da mesma ameaça. São os mesmos assassinos que enfrentamos no Iraque, no Mali, na Síria ou aqui”, disse a propósito das operações militares contra o Daesh.

Com o país a lutar em várias frentes e depois do ataque mortífero de 14 de julho, em Nice, Hollande admitiu que foram neutralizados outros atentados terroristas em solo francês. O presidente quis mostrar um apoio total às políticas do governo: “Juntamente com o governo de Manuel Valls, faço tudo para proteger os franceses. Mas devo também dizer-vos a verdade: A ameaça vai continuar. Devemos assegurar a segurança, mas sem renunciar a viver como queremos, como entendemos. É o essencial. Os terroristas não nos lançam um, mas dois desafios: Vencê-los e continuarmos a ser nós próprios”.

Se as polémicas em torno das proibições do burquíni fizeram manchetes, dentro e fora do país, Hollande aproveitou a deixa para falar daquele que é um dos pilares de França: A laicidade e como o Islão pode conviver com os princípios laicos da República: “O Islão pode acomodar-se à laicidade? A minha resposta é sim, nada na laicidade se opõe à prática do Islão em França, desde que se respeite a lei e esse é o ponto essencial. É preciso conseguir a construção de um Islão de França”.

Esta questão leva a outra, a da identidade, muitas vezes bandeira dos rivais à direita, como Marine Le Pen, a liderar as sondagens para as presidenciais. O presidente francês frisou que é preciso defender a identidade, sim, mas este não é um conceito imóvel: “A nossa identidade é a nossa história, a nossa cultura, os nossos valores, o nosso modo de vida. Não ficou parada no tempo, não é uma fotografia imóvel. É algo em perpétuo movimento. Por isso, a França é bem mais que uma identidade, é uma ideia. O perigo seria que, face à adversidade, a França duvidasse dela mesma, parasse, se retraísse, se fechasse sobre si própria”.

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