Conselho de Segurança da ONU: Rússia bloqueia cessar-fogo em Alepo

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De  Francisco Marques
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Proposta franco-espanhola teve 11 votos a favor, mas recebeu o veto de um membro permamente, a delegação russa, que tentou sem sucesso excluir Alepo das tréguas.

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A Rússia bloqueou este sábado, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a proposta de cessar-fogo na Síria apresentada ao Conselho de Segurança pelas delegações da França e da Espanha. Nesta proposta, estava incluído o fim da violência em Alepo e a proibição de voos a todas as aeronaves sobre aquela cidade em estado crítico no norte do país.

Por ser um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, o veto russo bastou para a rejeição de uma proposta que, dos 15 possíveis, contou com onze votos a favor, registando-se ainda duas abstenções (China e Angola) e apenas mais um voto contra, o da Venezuela.

Security Council vote on Syria —
Resolution 846: yes 11, no 2 & abstain 2.
Resolution not adopted.
Meeting continues. https://t.co/uUtuRMptgY

— United Nations (@UN) 8 de outubro de 2016

A presidir este mês ao Conselho de Segurança da ONU, a delegação russa pegou depois na proposta franco-espanhola, retirou-lhe a exigência do fim dos bombardeamentos sobre Alepo e colocou-a de novo a votação, mas nem sequer conseguiu o mínimo de nove votos a favor exigidos para ser considerada. Apenas a China, a Venezuela e o Egito votaram a favor da proposta russa.

Security Council vote on Syria —
Resolution 847: yes 4, no 9 & abstain 2.
Resolution not adopted.
Meeting continues. https://t.co/uUtuRMptgY

— United Nations (@UN) 8 de outubro de 2016

Na sequência do bloqueio à proposta franco-espanhola, o embaixador britânico apontou o dedo ao homólogo russo, Vitaly Churkin, e defendeu que “ veto russo apenas confirmou o que já se sabia há muito tempo”.

“As ações da Rússia nas últimas semanas revelaram o quão vazio é o interesse de Moscovo no processo de paz para a Síria”, acusou Matthew Rycroft, considerando o veto “um abuso cínico dos privilégios e responsabilidades de um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.”

.MatthewRycroft1</a> on Russia&#39;s <a href="https://twitter.com/hashtag/Syria?src=hash">#Syria</a> resolution: "it&#39;s a sham" <a href="https://t.co/YZTeuoAVta">pic.twitter.com/YZTeuoAVta</a></p>&mdash; UKUN_NewYork (UKUN_NewYork) 8 de outubro de 2016

(Matthew Rycroft sobre a resolução da Rússia para a Síria: “É uma farsa.”)

Russia increasingly isolated. No surprise. They destroy hospitals, schools, innocent lives in #Aleppo. Destroy #Syria-ns hope in #UNSC#vetopic.twitter.com/PwZ7enI9Ay

— Matthew Rycroft (@MatthewRycroft1) 8 de outubro de 2016

(“A Rússia cada vez mais isolada. Sem surpresa.
Eles destroem hospitais, escolas, vidas inocentes em Alepo.
Destroem a esperança dos sírios com o veto no Conselho de Segurança.”)

UNICEF reforça apelo ao fim da violência em Alepo

Apenas dois dias após a entrevista em que o presidente da Síria, Bashar al-Assad, acusa o ocidente de estar a usar como propaganda as vítimas infantis do conflito no país, também a UNICEF, o fundo da ONU para as crianças, vem pedir o fim imediato da violência em Alepo. A representante da UNICEF na Síria, garantiu estar a ser informada de que, “por causa da falta de serviços e da falta de instalações médicas para as crianças, os médicos não conseguem dar assistência a todas e a algumas em estado crítico são deixadas à morte”. “A violência tem de parar. A ONU está a postos para que assim que a violência pare possa levar a ajuda necessária também às pessoas no leste de Alepo”, afirmou Hanaa Singer.

Hospitals hit and doctors overwhelmed – SingerHanaa</a> on the dire situation for children in <a href="https://twitter.com/hashtag/Aleppo?src=hash">#Aleppo</a> <a href="https://t.co/MrDiEiWshX">https://t.co/MrDiEiWshX</a></p>&mdash; UNICEF (UNICEF) 8 de outubro de 2016

Contudo, enquanto as grandes potências mundiais não chegam a acordo em Nova Iorque, a ofensiva do regime de Assad, com apoio da Rússia e do Irão, continua a pressionar os rebeldes da oposição, mantendo em perigo mais de 270 mil pessoas no leste de Alepo, muitas delas crianças.

Hanaa Singer sublinha que desde 19 de setembro já terão morrido mais de uma centena de crianças por causa dos bombardeamentos em Alepo e as condições humanitárias na região, acrescenta a representante da UNICEF, estão a deteriorar-se também para milhares de pessoas na parte ocidental da cidade, já controlada pelas forças do regime.

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