Banco britânico bloqueia contas da televisão russa RT

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De  Francisco Marques
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NatWest terá comunicado a decisão na semana à RT, mas a decisão é conhecida, curiosamente, um dia após o ministro Boris Johnson ter criticado a Rússia pela intervenção na Síria.

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O banco britânico National Westminster terá encerrado de forma unilateral as contas do canal de televisão RT. A resolução dos contratos bancários da estação anteriormente conhecida como Russia Today terá sido comunicada, por carta, na semana passada e esta segunda-feira a decisão foi tornada pública através da editora-chefe do canal.

BREAKING: RT bank accounts blocked in UK – editor-in-chief https://t.co/4uO5Yksm9s

— RT (@RT_com) 17 de outubro de 2016

Pelo Twitter, em russo, Margarita Simonyan escreveu: “as nossas contas no Reino Unido foram bloqueadas. Todas elas. ‘Uma decisão sem discussão’. Viva a liberdade de expressão!”

Нам закрыли счета в Британии. Все счета. 'Решение пересмотру не подлежит'. Да здравствует свобода слова!

— Маргарита Симоньян (@M_Simonyan) 17 de outubro de 2016

O NatWest, como é conhecida a instituição que faz parte do grupo do Royal Bank of Scotland, a segunda maior instituição bancária do Reino Unido, informou na semana passada o RT, por suposta carta que está a ser difundida pelos meios de comunicação russos, de que havia procedido a “uma revisão dos acordos bancários” com a estação e que teria chegado “à conclusão de que não irá continuar mais a disponibilizar estes serviços”. “Terão, por isso, de procurar alternativa bancária fora do grupo Royal Bank of Scotland”, acrescentam.

No derradeiro parágrafo da suposta carta, o NatWest garante ter “chegado a esta decisão após uma consideração cuidada”. “No entanto, a decisão é final e não estamos preparados para entrar em qualquer discussão sobre isto”, conclui o banco, dando o prazo de um mês para regularizar e fechar os créditos devidos e dois meses até a instituição encerrar por completo as contas e outros serviços contratualizados com a RT.

Closing RT_com</a>&#39;s UK accounts: &#39;Our decision is final & we&#39;re not prepared to enter into any discussion&#39; - NatWest <a href="https://t.co/b7iw0X7jRZ">https://t.co/b7iw0X7jRZ</a> <a href="https://t.co/83IkFHos4R">pic.twitter.com/83IkFHos4R</a></p>&mdash; Sputnik (SputnikInt) 17 de outubro de 2016

Sergey Zheleznyak, membro da comissão dos negócios estrangeiros no parlamento russo, já fez saber que os deputados da Duma vão exigir explicações a Westminster sobre esta decisão do Natwest. “Vamos ajudar a equipa da Russia Today a lutar pelos seus direitos. Vamos pedir também a organizações internacionais — o conselho da Europa, a ONU e a outras da comunidade internacional ligadas aos direitos humanos e ao jornalismo — para tomarem posição”, disse Zheleznyak.

Russian lawmakers urge London to clarify situation with RT bank accounts https://t.co/xaKma0ffgl

— TASS (@tassagency_en) 17 de outubro de 2016

Por seu turno, a porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros também recorreu às redes sociais para dar eco da publicação da editora-chefe da RT e também Maria Zakharova ironizou, mas recorrendo ao “Brexit”. “Parece que Londres, quando decidiu deixar a União Europeia, deixou também deixar as suas obrigações de liberdade de expressão na Europa. Como costumam dizer, uma vida nova sem maus hábitos”, escreveu Zakharova no Facebook.

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A rescisão unilateral do NatWest terá sido comunicada na semana passada, mas só agora, curiosamente, é conhecida, um dia após uma reunião em Londres entre os responsáveis diplomáticos de Reino Unido e Estados Unidos, dominada pelo conflito na Síria.

Após a reunião, Boris Johnson e John Kerry reforçaram as críticas ao apoio de Vladimir Putin a Bashar al-Assad e deixaram no ar poderem vir a decretar mais sanções a Moscovo e a Damasco.

Nem o NatWest nem o Royal Bank of Scotland comentaram de forma oficial a alegada renúncia unilateral do contrato bancário com a RT. A agência russa TASS apurou junto de uma fonte não identificada no Ministério das Finanças britânico que esta decisão do NatWest não tem por base qualquer orientação governamental. Desde fevereiro de 2015 que o governo britânico não impõe quaisquer sanções relacionadas com a Rússia e os bancos são livres de tomar decisões baseadas nas suas próprias análises, acrescenta a agência, baseada na mesma fonte..

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