Economia do Reino Unido abranda após referendo do "Brexit" mas ainda cresce

Economia do Reino Unido abranda após referendo do "Brexit" mas ainda cresce
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De  Francisco Marques com Reuters, EFE, Público
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Estimativa oficial para o terceiro trimestre deste ano do Produto Interno Bruto britânico garante um cresciomento estável, embora abaixo dos 0,7 por cento do período anterior.

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Os primeiros três meses após o “Brexit” terão registado um abrandamento económico do Reino Unido, mas ainda assim com um crescimento acima das expectativas fixadas entre 0,2 e 0,3 por cento.

De acordo com a estimativa oficial do gabinete de estatístas (ONS) ao serviço da Rainha, o Produto Interno Bruto (PIB) britânico terá crescido meio ponto percentual, recuando apenas 0,2 por cento face aos resultados (0,7) do trimestre anterior.

0.5% growth in #GDP in Q3, led by strong growth in services, particularly films, retail and computer programming https://t.co/0fCtmlthvu

— ONS (@ONS) 27 de outubro de 2016

0.2% growth in Services in August, led by car sales (+2.3%)https://t.co/T7zIVTL109

— ONS (@ONS) 27 de outubro de 2016

A estimativa de crescimento terá sido impulsionada neste terceiro trimestre de 2016 pelo setor dos serviços. Por exemplo, a atividade de produção de cinema e televisão, incluindo bilhetes de cinema, aumentou 16,4 por cento e foi responsável pelo crescimento de 0,1 por cento do PIB.

A pesar na economia britânica esteve, por outro lado, a queda nos setores da construção (-1,4 por cento), da agricultura (-0,7 por cento) e da produção (-0,4 por cento).

Perante este progresso económico acima das expectativas, o ministro britânico das Finanças salientou a força do reino. Pelas redes sociais da internet, Phillip Hammond considerou a economia resiliente e em boa posição para conseguir um bom acordo de saída da União Europeia.

Here's my response to today's ONS</a> GDP figures. <a href="https://t.co/GGdt0UCFkr">pic.twitter.com/GGdt0UCFkr</a></p>&mdash; Philip Hammond (PHammondMP) 27 de outubro de 2016

A estimativa do PIB acima do esperado animou a bolsa. A libra registava uma ténue valorização face ao dólar pelo final da manhã, mas alguns analistas alertam, contudo, para o facto de esta estimativa não ter nada a ver com o “Brexit”.

Esse impacto — garantem os mesmos analistas — será sentido apenas quando o governo de Theresa May acionar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, o que está previsto acontecer até final de março do próximo ano.

O crescimento económico britânico — que em 2014 foi de 2,8 por cento — deverá continuar, assim, em queda. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê para este ano um crescimento do PIB britânico de 1,8 por cento, com um recuo considerável no próximo ano, para um 1,1, então, estima-se, já com o “Brexit” em curso de negociação.

A previsão do FMI é reforçada pela da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), a qual antevê apenas crescimento de um por cento no Reino Unido em 2017.

Osborne, the Treasury and the Brexit doom-mongers got it badly wrong. Project Fear dead and buried. https://t.co/3s1EOvOjFk

— Nigel Farage (@Nigel_Farage) 27 de outubro de 2016

Na próxima semana, o regulador financeiro britânico, mais pessimista, reúne-se e esta estimativa oficial do ONS irá ter peso nas decisões a tomar. O Banco de Inglaterra previa um crescimento de apenas 0,2 por cento no terceiro trimestre deste ano (o primeiro pós-“Brexit”) e o Governador Mark Carney chegou a deixar no ar uma eventual redução da taxa de juro de referência para a banca britânica — já em mínimos históricos de 0,25 por cento.

A estimativa positiva poderá, no entanto, levar o Banco de Inglaterra a manter inalterada a taxa de juro de referência, mas o tempo continua a correr e 2017 está já ao virar da esquina. Assim como o “Brexit”.

O governo de Theresa May recebeu ainda outra boa notícia para a economia britânica esta quinta-feira.

A Nissan revelou os planos de iniciar na fábrica de Sunderland, no Reino Unido, a produção de um novo modelo automóvel da gama Qashqai. Os planos estão suportados na garantia do Governo de que o Reino Unido continuará a ser um território competitivo. Mas alguns britânicos começam já a questionar que garantias são estas e o que poderão vir a custar ao Tesouro do reino.

The UK is leaving the EU but we are not leaving Europe – PM’s EUCouncil</a> statement <a href="https://t.co/fyDBkdeyOi">https://t.co/fyDBkdeyOi</a> <a href="https://t.co/0VYXzy33Ne">pic.twitter.com/0VYXzy33Ne</a></p>&mdash; UK Prime Minister (Number10gov) 24 de outubro de 2016

UK secured Nissan investment with Brexit relief promise – source https://t.co/btQw6mxizzpic.twitter.com/PZXRVwGOLU

— Reuters UK (@ReutersUK) 27 de outubro de 2016

Welcome news for UK manufacturing but questions remain about what guarantees Nissan received and whether Govt plans to shield other sectors. https://t.co/5R4kuOarWz

— Matthew Pennycook MP (@mtpennycook) 27 de outubro de 2016

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