Alemanha e Turquia: Cooperar sob alta tensão

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Em fevereiro, Angela Merkel visitou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em Ancara.

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Em fevereiro, Angela Merkel visitou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em Ancara. Para a chanceler alemã as relações com a Turquia são cruciais. Ancara é o parceiro que impede o fluxo de imigrantes para a Europa. Em Berlim a pressão é enorme com a chegada de mais de um milhão de refugiados à Alemanha.

Mas as relações bilaterais são mais difíceis desde que o Bundestag votou, em junho, uma resolução que qualifica de “genocídio” o massacre dos arménios pelo império Otomano, durante a I Guerra Mundial. O voto que agradou aos arménios deixou Ancara em cólera.

Berlim enviou ainda outro sinal de confronto à Turquia quando o presidente alemão, Joachim Gauck, recebeu, em novembro, o antigo chefe de redação do Cumhurryiet, Can Dündar. O jornalista turco refugiou-se na Alemanha após ter sido condenado por revelações de “segredos de Estado”, na sequência da publicação de um vídeo com provas de que os serviços secretos turcos forneceram armas a rebeldes islamitas sírios.

Desde o golpe de estado abortado em junho, as detenções de jornalistas não têm parado. O governo de Ancara acusa-os de ligações com “organizações terroristas”, como o PKK ou o movimento do pregador Fetullah Gülen.

Mas para Berlim estas perseguições são um atentado contra a liberdade da imprensa. Angela Merkel não hesita em dizê-lo:
“Primeiro, no que respeita à Turquia, é para mim e para todo o governo, muito alarmante que a liberdade da imprensa e de opinião estejam permanentemente a ser restringidas”.

No dia seguinte, o presidente turco acusava a Alemanha de fazer orelhas moucas aos pedidos de extradição dos suspeitos de intervenção no golpe abortado de junho.
“Alemanha, estamos preocupados com a sua posição. Vocês estão a encorajar o terrorismo”, afirmou.

A Alemanha, que se mostra pronta para oferecer asilo às pessoas perseguidas politicamente na Turquia, acolhe a maior comunidade turca no mundo e a maior comunidade curda na Europa, cerca de um milhão de pessoas. As tensões entre as duas comunidades em território alemão, não são de excluir. Na semana passada, a detenção de dirigentes pró-curdos na Turquia desencadeou manifestações de protesto em Colónia.

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