Resgate à Grécia: Governo compromete-se, empresas receiam e o povo volta às ruas

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O executivo de alexis Tsipras deu "uma volta de 180 graus", aceitou fixar o excedente primário nos 3,5 por cento e os empresários receiam ser à custa de mais austeridade, como pedem o FMI e a Alemanha

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A Grécia conseguiu esta semana em Bruxelas um alívio dos juros da dívida pública. Não é uma medida com impacto de curto prazo entre os contribuintes gregos, mas tem por objetivo levar o Fundo Monetário Internacional (FMI) a aceitar participar no terceiro resgate, em curso.

De acordo com o conjunto de medidas aprovado pelos ministros das Finanças da zona euro, onde se inclui o português Mário Centeno, Atenas poderá poupar, até 2060, cerca de 45 mil milhões de euros.

Uma segunda revisão às reformas económicas da Grécia está em curso e incide nas reformas laborais. O FMI e a Alemanha sugerem mais austeridade. Atenas apela a um recuo nessas exigências e compromete-se a objetivos até agora contestados em termos de excedente primário (a diferença entre as receitas fiscais e a despesa pública, excluindo os juros).

À euronews, o professor Napoleon Maravegias disse acreditar que “com a conclusão desta segunda revisão a situação vai melhorar e vai ver-se progresso em termos de investimento, com a entrada grega no programa europeu de flexibilização quantitativa e o regresso aos mercados financeiros”. “Dentro de alguns anos, vamos poder sentir os efeitos na carteira, mas não se pense que estejamos a falar de prosperidade”, avisa este professor grego de Economia Europeia, em entrevista com Symela Touchtidou.

A correspondente da euronews em Atenas sentiu o pulso a alguns economistas gregos sobre a mão estendida por Bruxelas e lembra-nos, entretanto, que “o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras assumiu em junho ser de todo impossível manter um excedente primário de 3,5 por cento para lá de 2018 se não se quiser afogar a economia grega”.

“Agora, o governo dá uma volta de 180 graus e compromete-se com este objetivo rumo a um destino desconhecido”, sublinha a nossa correspondente.

Symela Touchtidou falou também com Michael Massourakis, o economista-chefe da Federação Empresarial Helénica. Sentiu pessimismo e receio de um novo agravamento dos impostos.

“Para 2017, esperamos novas taxas para gerarem 2,5 mil milhões de euros. Preocupamo-nos com os efeitos destes impostos na atividade económica. Qualquer governo em busca destes ambiciosos excedentes (3,5 por cento), se decidir aumentar ainda mais os impostos, arrisca-se a matar de vez a economia grega”, alerta Massourakis.

Esta quinta-feira, por fim, os gregos voltam às ruas para nova manifestação contra a reforma laboral em curso e a perspetiva de continuidade da austeridade no país, por exigência dos credores.

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