Jovem russa condenada à prisão por tentativa de se juntar ao grupo Estado Islâmico

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De  Francisco Marques com tass, moscow times
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Varvara Karaulova saiu de casa no final de maio do ano passado, foi presa na fronteira da Turquia com a Síria em junho e repatriada; libertada, mudou de nome e voltou a ser detida há pouco mais de um

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Varvara Karaulova, de 22 anos, foi condenada esta quinta-feira, em Moscovo, na Rússia, a quatro anos e meio de prisão por tentativa de se juntar na Síria ao grupo terrorista autoproclamado Estado Islâmico.

A antiga estudante de filosofia saiu de casa no final de maio do ano passado. Ia para a universidade, mas acabou por viajar para Istambul atrás do amor que teria conhecido pela internet e com que se comunicava pela rede global.

Moscow student Varvara Karaulova has been jailed for 4.5 years for attempting to marry an Islamic State recruiter https://t.co/zak60RsR6U

— The Moscow Times (@MoscowTimes) 22 de dezembro de 2016

Foi detida pela Interpol quando tentava atravessar, ao lado de 12 outros jovens russos, todos sem documentos de identidade, a fronteira da Turquia para a Síria e acabou repatriada.

Num primeiro momento, foi interrogada e libertada pelas autoridades russas. O jornal Moscow times conta que Varvara mudou de nome legalmente para Alexandra Ivanova numa tentativa para recomeçar uma nova vida e os advogados de defesa garantem que a mudança foi do conhecimento das autoridades.

“Ela começou a fazer ‘jogging’ (corrida) e a aprender coreano”, explicou a defesa durante as sessões de julgamento, acrescentando que, “em agosto de 2015, ela começou a ficar deprimida.”

A agência de segurança interna russa (FSB) continuou, no entanto, a vigia-la e detetou novas comunicações com Airat Samatov, o rapaz com quem ela havia tentado meses antes encontrar-se na Síria. Seria um recrutador do grupo “jihadista” e a defesa diz que esses contactos não eram secretos, mas sim do conhecimento das autoridades.

“A certa altura, ela abriu a sua página na VKontake (uma rede social russa) e viu que Samatov continuava a enviar-lhe mensagens a pedir-lhe perdão e a dizr-lhe que a amava”, revelou o advogado de defesa Ilya Novikov através de uma partilha de Facebook após a audiência de 17 de novembro.

“Ela percebeu que os agentes do FSB tinham respondido algumas vezes ao rapaz e não conseguiu evitar. Começou a responder-lhe também e, alguns tempo depois, a um ritmo diário”, admitiu o advogado.

Moscow military court jails student who followed Daesh lover to Syria https://t.co/pzTXRHAtdU#Russia#Daesh#VarvaraKaraulovapic.twitter.com/bOFY6CrdAG

— The Gulf Today (@thegulftoday) 22 de dezembro de 2016

A jovem voltaria a ser detida em outubro de 2015 e a acusação alegou que a mudança de nome teria tido como objetivo voltar a viajar para a Síria e acrescentou que Varvara Karaulova / Alexandra Ivanova se teria oferecido para participar em ações terroristas do Daesh/ ISIL.

Nas alegações finais, Varvara Karaulova negou ter estado em contacto com um extremista. “Gostaria de sublinhar que eu apenas me comuniquei com o homem que amava e nõ com um membro de qualquer organização. Lamento que este amor se tenha revelado prejudicial”, afirmou.

O tribunal distrital militar de Moscovo leu a sentença esta quinta-feira, considerou Varvara Karaulova/ Alexandra Ivanova culpada e condenou-a. A defesa da jovem já fez saber que vai recorrer da sentença.

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