A robótica espacial do Canadá leva-nos mais longe

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O Space viajou até Montreal, no Canadá, para conhecer os homens e mulheres por detrás dos robôs que construíram a Estação Espacial Internacional e também outros que irão um dia percorrer a superfície

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O Space viajou até Montreal, no Canadá, para conhecer os homens e mulheres por detrás dos robôs que construíram a Estação Espacial Internacional e também outros que irão um dia percorrer a superfície da Lua e de Marte. Descubra connosco as máquinas que tornam possível a aventura espacial.

Sem eles, a Humanidade não teria chegado tão longe. A atividade em órbita depende dos mecanismos robotizados. Entre eles, encontra-se o Canadarm2, uma espécie de braço robótico de 17 metros de comprimento controlado a partir da Agência Espacial Canadiana (CSA), em Montreal.

Na sala de controlo, Mathieu Caron opera o Canadarm2. Ou o faz ele mesmo diretamente ou orienta os astronautas para o efetuar. “Dentro de alguns meses, o Canadarm2 vaiintercetar uma cápsula de reabastecimentoque não se acopla sozinha à estação espacial. Portanto, ela vai sincronizar-se com a velocidade da estação, posicionar-se a uma distância de dez metros e os astronautas vão usar o Canadarm2 para a recolher. A operação tem de ser rápida, porque o mais pequeno movimento pode desviar o veículo”, explica-nos.

csa_asc</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/Canadarm2?src=hash">#Canadarm2</a> captured <a href="https://twitter.com/SpaceX">SpaceX Dragon 400 km over the Great Lakes at 5:56 EDT this morning. pic.twitter.com/J8WD4LCchB

— Gilles Leclerc (@spaceleclerc) 20 juillet 2016

O primeiro Canadarm foi lançado em 1981 no âmbito de uma missão da NASA. “A NASA pediu-nos para fabricar um braço robotizado para o vaivém espacial. Foi totalmente concebido no Canadá. Posteriormente, todos os vaivéns passaram a ter o seu próprio braço para uma utilização frequente na maior parte das missões. Depois, quando chegou a altura de construir a Estação Espacial Internacional, o Canadá propôs a criação do Canadarm2”, conta Stéphane Desjardins, um dos diretores da CSA.

O Canadá construiu o Canadarm2 que, por sua vez, construiu a estação espacial. Todos os astronautas da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA) recebem formação para operar os robôs espaciais canadianos.

“Os astronautas vêm até às nossas instalações e aprendem com modelos. Podem reconfigurá-los, podem mexer nas articulações para alterar o eixo, seja lateral, longitudinal ou verticalmente. Depois voltam a pô-los na posição inicial, colocam-nos na estação e preparam-nos para iniciar a operação a que vão proceder”, descreve Kumudu Jinadsa, especialista em robótica.

.SpaceX</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/Dragon?src=hash">#Dragon</a> in grips of <a href="https://twitter.com/csa_asc">CSA_ASC#Canadarm2 ahead of schedule for Harmony installation. https://t.co/C7LVQGQ6Xnhttps://t.co/JPzdRbZVbZ

— Intl. Space Station (@Space_Station) 20 juillet 2016

Segundo Jinadsa, “é importante fazer isto porque ninguém quer uma colisão no espaço entre os elementos robóticos, entre as juntas, durante um passeio espacial… Isso seria uma catástrofe. Uma eventual colisão com a estação, por exemplo, poderia provocar uma despressurização muito rápida e isso seria uma situação de emergência extrema.”

Construir uma estação espacial entre a Terra e a Lua

Os engenheiros da Agência Espacial Canadiana não ficam por aqui: estão a ser desenvolvidos outros robôs destinados a percorrer a superfície da Lua e de Marte.

“Este é um robô que acabámos de conceber juntamente com algumas empresas canadianas. O objetivo é tentar perceber se os podemos enviar no futuro em missões de exploração de planetas. Neste momento, estamos a focar-nos na Lua e em Marte. Tivemos de encontrar rodas que se adaptem facilmente ao terreno e resistam a temperaturas de 150, 200 graus negativos. Os pneus de borracha não servem. Têm de ser muito resistentes e ajustar-se aos obstáculos”, afirma Jean-Claude Piedboeuf, outro responsável da CSA.

A próxima etapa é dotar estes dispositivos com equipamentos de prospeção e perfuração para detetar potenciais recursos. “Se conseguíssemos encontrar água na Lua, por exemplo, poderíamos criar uma base, produzir combustível e oxigénio. Se houver mesmo água – e há indícios disso -, o passo seguinte será tentar extraí-la e recolher quantidades suficientes para fazer algo. É um tipo de missão que podemos, de facto, considerar e que nos permite aprofundar a exploração da Lua”, considera Piedboeuf.

Mathieu Caron sintetiza: “Sempre que haja algo que possa ser efetuado por um robô, é ele que o faz. Seja deslocar mantas isotérmicas, tirar parafusos, cortar um cabo, até abastecer de combustível um satélite. O futuro dos robôs espaciais é muito prometedor.”

O Canadá e os outros membros da Estação Espacial Internacional esperam vir a criar uma plataforma mais distante da órbita terrestre. Para Stéphane Desjardins, “a próxima etapa é ir mais longe. Estamos a falar de uma estação eventualmente entre a Terra e a Lua. Se construirmos uma estação espacial habitável mais longínqua, a robótica será essencial.”

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