A presidente da Reserva Federal norte-americana pede prudência nas medidas económicas que deverão ser adotadas pelo presidente Donald Trump.
A presidente da Reserva Federal norte-americana pede prudência nas medidas económicas que deverão ser adotadas pelo presidente Donald Trump.
Na audiência semestral no Congresso, Janet Yellen recordou que é importante manter o orçamento numa “trajetória viável” e que as mudanças das políticas orçamentais podem ter um impacto nas perspetivas económicas.
Yellen, que foi criticada por Trump durante a campanha eleitoral, adiantou: “Entre os fatores de incerteza estão as eventuais mudanças na política fiscal e outras políticas, o caminho futuro do crescimento da produtividade e os acontecimentos externos”.
Durante a audiência, Janet Yellen teceu considerações sobre a política de imigração. A presidente da FED considera que “bloquear a imigração pode desacelerar a economia”.
Yellen: slowing the immigration rate would slow the growth of the economy. #Fed
— Bob Pisani (@BobPisani) 14 de fevereiro de 2017
Em relação à supressão do Programa de saúde Obamacare, Yellen afirmou que pode ter um efeito sobre o consumo.
Em termos de política económica, Trump prometeu reduzir impostos e aumentar a despesa com infraestruturas, o que poderá agravar o défice.
Yellen estima que ainda é cedo para evocar os possíveis efeitos, mas acrescentou: “Apesar de não ser minha intenção dar uma opinião sobre propostas de impostos ou de despesa, quero sublinhar a importância de melhorar o ritmo de crescimento a longo prazo e de elevar o nível de vida dos americanos através de políticas que visem fazer avançar a produtividade”.
A política de juros baixos da FED tem sido criticada por Trump. Este acusou o banco central de ajudar os Democratas a baixar o desemprego, através das taxas de juros próximas de zero.
Num dos últimos ataques, Yellen, decidida a terminar o mandato dentro de um ano, foi obrigada a defender a independência do banco central.
O professor na Universidade George Washington, James Angel explica: “Muitas vezes os políticos querem que bancos centrais façam coisas convenientes a curto prazo, mas que são perigosas para a economia a longo prazo. Por exemplo, os políticos querem que os bancos centrais imprimam muito dinheiro, porque a curto prazo é como tomar uma bebida. A sensação é agradável, mas se imprimir demasiado, acaba-se com uma terrível ressaca”.
Em dezembro, a FED subiu as taxas de juro em um quarto de ponto percentual e pondera novos ajustes este ano, em função da inflação e das melhorias no mercado do trabalho.
No Congresso, Yellen defendeu que seria “imprudente esperar muito antes de restringir a política monetária”.
Yellen Sees More Rate Hikes Needed If Economy Stays on Course #Fed
— Bob Pisani (@BobPisani) 14 de fevereiro de 2017
#Yellen shows #love for #FOMC#Fed rate hikes on #valentines- “waiting too long to remove accommodation would be unwise” #economy#inflation
— Jason Schenker (@PrestigeEcon) 14 de fevereiro de 2017