Eurodeputados aprovam pedido de regulação dos robôs

Eurodeputados aprovam pedido de regulação dos robôs
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De  Isabel Marques da Silva
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Os robôs humanóides e os de uso industrial estão a aumentar exponencialmente, com impactos no mercado de trabalho e levantando questões éticas ligadas à responsabilidade e à privacidade. A euronews ex

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O robô Zora é uma espécie de auxiliar dos terapeutas no Hospital Geral de Oostende, na Bélgica. Mas estes humanóides poderão vir a substituir as pessoas em muitos empregos do futuro.

A Federação Internacional de Robótica estima que existirão 11 milhões em 2019.

“É muito simpático, cria um bom ambiente”, diz um dos pacientes.

Zora é seguro porque é controlado remotamente, refere a terapeuta Daphne Wyffels, explicando que “usamos o tablet para que a máquina faça apenas o que queremos. Há uma câmera no interior que permite a Zora olhar para os pacientes, mas nunca fazemos nenhuma gravação”.

Os robôs de uso industrial também estão em grande crescimento e é na União Europeia que estão a maioria dos países que ultrapassa a média de um robot por cada 10 mil trabalhadores.

A correspondente da euronews, Isabel Marques da Silva, refere que “alguns políticos culpam o comércio livre e a imigração pela perda de empregos, mas é a automatização que está a mudar o mercado de trabalho. De acordo com o Banco Mundial, até dois terços dos empregos na indústria manufatureira poderão passar para robôs, no futuro”.

O Parlamento Europeu (PE) aprovou, esta quinta-feira, uma iniciativa legislativa que solicita novas regras para a robotização.

A ideia é regular os impactos, nomeadamente no emprego, na fiscalidade e nas políticas de segurança social.

A eurodeputada socialista luxemburguesa Mady Delvaux, relatora do projeto, considera que “é preciso acompanhar o que está a acontecer no mercado de trabalho. Que tarefas estão a ser transferidas para os robôs?”.

“Se houver cada vez menos trabalho, teremos de refletir sobre outras fontes de financiamento. Não iremos tributar os robôs, mas tributar o trabalho dos robôs é algo sobre o qual se pode refletir”, acrescentou.

A proposta do PE também solicita regras de segurança, responsabilidade e privacidade, incluindo um Código de Conduta Ética e a criação de uma Agência Europeia de Robótica.

O co-fundador da Zorabots, que criou “Zora”, é a favor de mais legislação, num diálogo com as empresas inovadoras.

Tommy Deblieck afirmou que “a tecnologia está a evoluir muito rapidamente e os governos não acompanham esse progresso. Deve haver um código de conduta ética respeitado por todos e que possa ser alterado com o contributo de todos”.

Os deputados consideram que, a longo prazo, poderá até ser criado o estatuto jurídico de “pessoas eletrónicas” para os robôs autónomos mais sofisticados.

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