Polícia dispersa manifestantes do consuldado turco com canhões de água

Polícia dispersa manifestantes do consuldado turco com canhões de água
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De  Antonio Oliveira E Silva com AFP
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A decisão foi tomada depois de horas de uma "calma tensa" em Roterdão. A ministra turca da família foi impedida de entrar no consuldado.

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Com AFP e Lusa

A polícia holandesa dispersou os manifestantes concentrados em frente ao consulado turco da cidade de Roterdão, que protestavam contra a proibição da presença de dois membros do Governo do presidente Recep Tayyip Erdoğan em território dos Países Baixos.

Os agentes utilizaram canhões de água. A operação teve lugar depois de horas do que a AFP descreve como “horas de uma tensa calma”. Alguns dos agentes no terreno montavam a cavalo.

Opnieuw waterkanon ingezet, nu op Churchillplein #rellen#rotterdampic.twitter.com/lV46uSz2xp

— Marieke van Essen (@mjhvanessen) 12 de março de 2017

O avião do ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlüt Çavuşoğlu, foi impedido pelo Executivo de Haia de aterrar em território nacional, justificando a medida por questões de segurança. Já a ministra turca da Família, Fatma Betül Sayan Kaya, foi impedida de entrar no consulado da Turquia em Roterdão, onde tinha chegado de carro, numa viagem feita desde território alemão.

Biz de nene hatunlar biter mi sandınız! pic.twitter.com/eZDjMzWZv1

— Burak Doğan (@doganburak29) 11. März 2017

Vários videos partilhados na rede social Twitter mostram a conversa mantida entre os membros que integravam a caravana da ministra da Família, a própria ministra e a polícia local. Num dos vídeos, pode ouvir-se Fatma Betül Sayan Kaya explicar aos agentes que era a ministra da Família e a pedir que a deixassem partir.

As autoridades holandesas explicaram que a caravana da ministra foi “reconduzida até à fronteira com o país vizinho”.

#BREAKING Turkish minister escorted from Rotterdam to Germany: mayor

— AFP news agency (@AFP) 12 de março de 2017

Fatma Betül Sayan Kaya confirmou através do Twitter que estava a ser escoltada até à localidade de Nijmegen, perto da fronteira com a Alemanha, de uma forma que “espezinha todos os valores democráticos”, e condenou a ação das autoridades holandesas “em nome de todos os cidadãos” turcos. “O mundo inteiro deve agir contra esta prática fascista. Um tratamento destes contra uma mulher ministra não pode ser aceite”, escreveu Sayan Kaya.

Ambos membros do Governo turco tinham como objetivo fazer campanha pelo Sim num referendo constitucional que deverá ter lugar no próximo dia 16 de abril.

Os turcos são chamados às urnas para decidir se a figura do presidente da República poderá acumular mais poderes, em detrimento do primeiro-ministro e do parlamento.

Alemanha e Países Baixos, países com “práticas nazis”

O presidente da República da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, do partido AKP (islamista, centro-direita) quer que seja feita campanha pelo Sim no referendo próximo da diáspora turca, especialmente nos países da União Europeia.

O envio de membros do Governo turco para países como a Alemanha ou os Países Baixos foi motivo de tensões entre Ancara e estes dois países.

Depois de terem sido anulados comícios na Alemanha e de terem sido impedidos de entrar ou permanecer em território holandês membros do Governo turco, Tayyip Erdoğan disse que ambos países eram terra de ou matinham práticas nazis.

#UPDATE Erdogan compares Dutch rally ban to Nazism as row spirals https://t.co/FwcUzoJKpk

— AFP news agency (@AFP) 12 de março de 2017

A tensão diplomática entre Ancara e Berlim começou quando, em , a Turquia deteve, em fevereiro, Deniz Yücel, jornalista germano-turco e correspondente na Turquia do jornal alemão Die Welt , acusado de “propaganda terrorista.” Deniz Yücel ficou conhecido pelas críticas às políticas do governo turco. Fez várias perguntas incómodas durante o último encontro da chanceler alemã, Angela Merkel, com o primeiro ministro turco, Ahmet Davutoğlu.

Foi o primeiro jornalista com um passaporte emitido por um Estado membro da União Europeia a ser preso desde que começou a repressão do governo de Erdoğan sobre a imprensa.

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