Cerca de 96% dos eleitores do rochedo votam contra a saída da UE, ao contrário da maioria dos britânicos.
Com Reuters
Gibraltar, enclave britânico em território espanhol, limítrofe com a província andaluza de Cádis, votou quase unanimemente contra a saída da União Europeia – 96% rejeitaram propoista.
Mas a decisão da maioria dos britânicos foi outra e o Reino Unido deverá avançar já no final deste mês de março, com o processo de saída, ao acionar o artigo 50 do Tratado de Lisboa.
Agora, tanto do lado espanhol como do lado do rochedo, domina o medo relativamente ao futuro.
A ligação é muito próxima e vantajosa para os dois lados e teme-se pela futura relação económica entre as duas comunidades.
António José Molina é espanhol e desloca-se a Gibraltar todos os dias para ir trabalhar. Diz que espera que as mudanças sejam conhecidas depressa e que possam continuar a trabalhar:
“A verdade é que há algum medo. Medo porque não sabemos o que vai acontecer. É uma situação com algumas incógnitas. Não sabemos o que nos vão pedir a partir de agora. O mais importante é que as coisas possam resolver-se o antes possível para que podamos continuar a trabalhar como até agora, em paz”, disse Molina à agência Reuters.
Tal como Molina, há muitos residentes espanhóis a trabalhar em Gibraltar. Ocupam empregos fundamentais para as suas famílias.
Por outro lado, os serviços bancários e financeiros do rochedo – essenciais para a economia local – têm a maioria dos clientes em território da UE e da zona euro.
O Governo autónomo de Gibraltar não tem dúvidas. A mudança não será boa. Mas terão de adaptar-se.
Robin Walker MP from
DexEUgov</a> is at No 6 for <a href="https://twitter.com/hashtag/Brexit?src=hash">#Brexit</a> meetings w/ Chief Minister <a href="https://twitter.com/FabianPicardo">
FabianPicardo & Deputy Chief Minister Garcia. #Gibraltarpic.twitter.com/0VGuZw7FWD— HM Govt of Gibraltar (@GibraltarGov) 16 de março de 2017
Fabian Picardo, Governador de Gibraltar (Chief Minister), não vê outra opção: “É mau para nós, porque não queremos virar as costas à Europa. Mas são estas as regras do jogo e temos de jogar com elas da melhor forma possível”.
Gibraltar goza de uma economia pujante e em constante crescimento, o que atraiu muitos trabalhadores andaluzes, especialmente nos últimos anos, por causa da crise económica.
Mas a verdade é que os cerca de 30 mil habitantes do rochedo dependem da produção espanhola para satisfazer a necessidade de vários bens.
O turismo e as leis propícias aos negócios, a reduzida carga fiscal e a situação estratégica contribuiram para fazer de Gibraltar uma economia próspera.