Suíça: Desenho polémico em manifestação provoca protesto de Ancara

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De  Nelson Pereira
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Segundo as autoridades turcas, uma faixa exibida durante a manifestação pedia a morte do presidente Recep Erdogan

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A Turquia apresentou no sábado um protesto oficial junto das autoridades helvéticas contra uma manifestação em Berna. O motivo foi uma faixa, exibida durante a manifestação, que, segundo as autoridades turcas, pedia a morte do presidente Recep Erdogan.

Vários milhares de pessoas participaram no sábado na capital suíça numa manifestação pró-curda crítica do presidente turco, convocada por associações curdas, partidos políticos suíços (PS e Verdes) e cerca de trinta organizações helvéticas, nomeadamente a União sindical suíça e Terre des Hommes Suisse, segundo a agência de notícias ATS.

Turquexit

A faixa polémica, empunhada por um dos manifestantes, mostrava Erdogan com uma pistola apontada à cabeça e a frase “Kill Erdogan with his own weapons”. O presidente turco reagiu com indignação, durante um discurso, no sábado, em Antalya, no sul do país:

“Organizações radicais terroristas aparecem diante do parlamento suíço com um retrato meu onde há uma pistola apontada à minha cabeça. Esta atitude pode ser tolerada? E isto passa-se na Suíça.”

No mesmo discurso, Erdogan anunciou a intenção de convocar um segundo referendo, após a consulta popular de 16 de abril, que poderá decidir do reforço dos poderes presidenciais. O chefe de Estado quer consultar o povo turco sobre a decisão de cancelamento do pedido turco de adesão à União Europeia.

Na sequência da manifestação, a consul geral da Suíça em Istambul, Nathalie Marti, foi convocada ao ministério dos Negócios Estrangeiros, em substituição do embaixador, que não estava na capital turca.

O responsável do ministério exprimiu um protesto oficial das autoridades turcas e exigiu explicações às autoridades helvéticas.

Bloqueio a comícos pró-Erdogan

Na Suíça foram cancelados recentemente dois comícios de apoio ao reforço dos poderes presidenciais que será decidido no referendo de 16 de abril na Turquia.

No início de março foi cancelado um comício no qual estava prevista a participação do ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, na sequência da recusa do hotel onde estava a ser organizada.

Um outro comício, em que estava prevista a participação de um político do partido governamental turco e que tinha sido planeado para o dia 10 de março, foi proíbido pela polícia suíça, que evocou o risco de perturbação da ordem pública.

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