O dilema de Gibraltar face ao Brexit

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Como se as negociações do Brexit não fossem já suficientemente complicadas, Bruxelas lançou mais uma acha na fogueira com a questão de Gibraltar, ao estipular no roteiro da União para a saída do Reino

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Como se as negociações do Brexit não fossem já suficientemente complicadas, Bruxelas lançou mais uma acha na fogueira com a questão de Gibraltar, ao estipular no roteiro da União para a saída do Reino Unido que o futuro do rochedo está dependente da luz verde de Madrid.

Foi o suficiente para fazer eclodir as tensões recorrentes entre Londres e Madrid por causa destes quase 7 quilómetros quadrados de território. Gibraltar é oficialmente território britânico desde 1713, altura em que foi estabelecido o tratado de Utrecht.

Os 33000 habitantes do rochedo votaram a 96% para ficarem na União Europeia no referendo sobre o Brexit, em junho passado. Mas em 2002 tinham votado a 99% para continuarem a pertencer ao Reino Unido. Duas escolhas incompatíveis face ao cenário atual.

Aquando do referendo de 2002, a Espanha, que sempre reivindicou a possesão de Gibraltar, tinha proposto uma soberania conjunta. Os gibraltinos rejeitaram, escolhendo a Grã-Bretanha.

Madrid tenta aproveitar a brecha do Brexit. A Espanha tem meios de fazer pressão através do isolamento do território, apesar dos 10 mil trabalhadores que vivem do lado espanhol e trabalham em Gibraltar.. Em 2013, num dos muitos diferendos entre Londres e Madrid o controlo das fronteiras foi reforçado, o que provocou filas de trânsito monstruosas.

E o isolamento é um dos maiores receios dos gibraltinos. Pequeno paraíso económico e fiscal, Gibraltar vive praticamente em pleno emprego. Os impostos sobre as 18 mil empresas registadas são apenas de 10%, bem menos que os 30% em Espanha ou os 25% da Grã-Bretanha.

Muitos Gibraltinos gostariam de ver em Theresa May a fibra da dama-de-ferro dos anos 80, quando foi preciso defender as Malvinas. O ex-líder conservador, Michael Howard disse-o claramente na imprensa britânica:
“Faz esta semana trinta e cinco anos que outra primeira-ministra enviou as suas forças armadas a cruzarem o mundo para defender a liberdade de outro grupo de cidadãos britânicos noutro país que fala espanhol. E tenho a certeza que a nossa primeira-ministra mostrará a mesma convicção pondo-se ao lado das pessoas de Gibraltar”.

Mas Theresa May não é Margareth Tatcher e a Espanha não é a Argentina. E como não se pode ter tudo, os gibraltinos terão talvez que decidir se querem ser cidadãos britânicos fora da União ou cidadãos espanhóis da União Europeia.

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