Instabilidade na Venezuela: Fábrica da GM confiscada e emissões de três TV suspensas

Instabilidade na Venezuela: Fábrica da GM confiscada e emissões de três TV suspensas
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De  Francisco Marques
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Oposição apela a mais manifestações contra o Presidente e Nicolás Maduro mobiliza reforço das milícias civis após um dia manchado com três mortos, incluindo a de um militar.

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A instabilidade agrava-se na Venezuela. Opositores e apoiantes do Presidente Nicolás Maduro enfrentaram-se quarta-feira, com um balanço de três mortos, incluindo um militar. O movimento antigoverno apela a novas manifestações.

A fabricante automóvel norte-americana General Motors anunciou a suspensão das operações na Venezuela após a respetiva fábrica venezuelana ter sido confiscada ilegalmente pelo governo.

“A fábrica da GMV foi inesperadamente tomada pelas autoridades públicas, impedindo as operações normais. Além disso, outros ativos da empresa, como veículos, foram retirados ilegalmente das instalações da empresa”, informou a General Motors Venezuela, num comunicado enviado por correio eletrónico aos meios de comunicação, noticia a Reuters.

. GM</a> dice que <a href="https://twitter.com/hashtag/Venezuela?src=hash">#Venezuela</a> confiscó ilegalmente una planta de coches <a href="https://t.co/y3h29lUFet">https://t.co/y3h29lUFet</a> <a href="https://t.co/oIK2XtBI4I">pic.twitter.com/oIK2XtBI4I</a></p>&mdash; Reuters Venezuela (ReutersVzla) 20 de abril de 2017

A emissão de dois canais de televisão internacionais, o colombiano El Tiempo e o argentino Todo Notícias, tal como a do venezuelano Antena3, foram suspensas pelos operadores de televisão por cabo por ordem da Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela.

#DenunciaEP | Antena 3, Todo Noticias, El Tiempo son los canales sacados del aire para Venezuela este #19Abr

— Espacio Público (@espaciopublico) 20 de abril de 2017

Durante a “Mãe de Todas as Marchas”, como foram apelidados os protestos de quarta-feira, uma imagem destacou-se: a de uma mulher enrolada na bandeira da venezuela que enfrentou um veículo blindado das forças militares — um modelo conhecido como “rinoceronte” —, impedindo-o de seguir caminho.

O vídeo registado quarta-feira na Venezuela trouxe à memória um outro momento nas trágicas manifestações da praça de Tiananmén, na China, em 1989, e tornou-se viral nas redes sociais da internet.

Héroe sin capa, valiente mujer se enfrenta sola contra una tanqueta en madre de todas las marchas en Venezuela. pic.twitter.com/oho3vKxpdi

— NEX NOTICIAS (@nexnoticias) 20 de abril de 2017

O protesto de Tiananmen, 1989

“Estamos numa ditadura”

A euronews acompanhou por dento as marchas antigoverno de quarta-feira e falou em EXCLUSIVO com a mulher de Leopoldo Lopez, um dos líderes da oposição na prisão. “Estamos numa ditadura. Não há lei, não há estado de direito. É isso que queremos resgatar. Queremos democracia, eleições, liberdade para todos os presos políticos e um canal humanitário urgente para poder entrar comida e medicamentos na Venezuela”, afirmou Lilian Tintori.

Falámos também com Mitzy Capriles, a mulher de Antonio Ledezma, outro preso político, que nos disse ser “preciso mostrar ao governo que a oposição não vai abandonar as ruas.”

Para fazer frente à crescente oposição no país, o Presidente mobilizou uma milícia constituída sobretudo por civis treinados pelas forças militares. Nas ruas, porém, os manifestantes não revelam medo de continuar a lutar pelo que dizem ser melhor para a Venezuela.

Trabajadores de 15 países condenan el anuncio Nicolás Maduro de expandir la Milicia Nacional Bolivariana https://t.co/YB3wBa6U0hpic.twitter.com/pUBc0zIiRU

— NTN24 Venezuela (@NTN24ve) 20 de abril de 2017

Uma jovem disse ao nosso correspondente querer “um país melhor” porque a “maioria” da família “foi para o estrangeiro” e ela quer que “regressem”. Outro jovem disse-nos não ter medo da mobilização de forças extra pelo governo porque “a oposição é a maioria.”

Uma outra jovem também disse não ter receio: “Tenho medo que a minha filha morra porque não consigo encontrar um medicamento e isso assusta-me muito mais do que estar aqui (na manifestação).”

Num dicurso proferido quarta-feira no final de uma manifestação de apoiantes do governo, Nicolás Maduro deixou no ar o eventual antecipar das eleições presidenciais no país, como exige a oposição.

O Presidente não revelou uma data, mas garante estar ansioso pelas eleições e que irá ganhar porque, mesmo sem campanha, alega ter o apoio de pelo menos 40 por cento dos eleitores.

El Pueblo Revolucionario ha desbordado las calles de Venezuela para defender la Patria #YoSiMarchoPorLaPatriahttps://t.co/o1QzuBXffW

— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) 19 de abril de 2017

Em Caracas, Eduardo Salazar Uribe, o correspondente da euronews na Venezuela, diz ser “esperado que nas próximas horas, a coligação da oposição, a Mesa de Unidade Democrática, anuncie novas ações, incluindo um bloqueio cívico, enquanto o Conselho Nacional Eleitoral e a Defesa do Povo não se pronunciem para solucionar a crise que afeta este país caribenho.”

Venezuela: A “mãe de todas as marchas” repete-se esta quinta feira https://t.co/pJPOVGsvGnpic.twitter.com/5OGlQVZ1fo

— euronews Português (@euronewspt) 20 de abril de 2017

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