Húngaros protestam contra Órban com sentido de humor

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Uma manifestação satírica levou à rua cerca de 5 mil húngaros contra as políticas do primeiro-ministro, Viktor Órban.

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Milhares de húngaros foram para a rua em Budapeste este sábado numa manifestação satírica cujo alvo foi o primeiro-ministro Viktor Orban e aquilo que dizem ser os ataques de Orban à democracia e direitos humanos.

Frases irónicas como “não precisamos de eleições” ou cânticos onde se ouvia “abaixo a liberdade de imprensa” ou “não precisamos de Bruxelas” garantiram o bom humor e as gargalhadas dos cerca de 4 a 5 mil manifestantes.

A marcha foi organizada pelo Partido do Cão de Duas Caudas, que não abdica do sentido de humor – incentivou os eleitores a desenharem pénis nos boletins de voto de um referendo sobre quotas de migração no ano passado – e o presidente, Gergely Kovacs, também o usou para descrever o protesto: “É um protesto pro-governamental e pro-Russia e é contra as organizações não governamentais e contra tudo aquilo que não seja o Fidesz.”

O Fidesz, partido conservador de que Órban é líder, tem sido alvo de protestos desde há 3 semanas, quando o Parlamento húngaro aprovou uma lei que dificulta o licenciamento de universidades estrangeiras.
Laura Keleman, uma das participantes na manifestação, dizia: “O Fidesz está lenta mas firmemente a apagar a democracia e graças ao caso da Universidade Europeia Central muitas pessoas perceberam isto, o caso da Universidade deu início à revolta e agora muita gente protesta contra problemas mais graves.”

A lei que afecta a universidade, fundada em Budapeste por George Soros, bilionário financeiro e filantropo nascido na Húngria, foi criticada pela Comissão Europeia que ameaçou com acção legal, e é vista pelos opositores como um ataque à liberdade académica.

Organizações não governamentais fundadas por Soros têm sido críticas quanto às políticas do primeiro-ministro húngaro quanto à migração. Este responde acusando-as de interferência política e o governo apresentou alguns projectos-lei para forçar este tipo de organização a tornar públicas as fontes de financiamento estrangeiras, num paralelismo com o modelo seguido pela Rússia.

Não só os oponentes de Orban lhe apontam as políticas próximas às da Rússia, como alguns Estados da União Europeia têm criticado as duras políticas húngaras que visam manter migrantes à distância.

Um ano antes das eleições, o consertvador e populista Fidesz de Orban tem uma grande vantagem nas sondagens.

É esperado que as manifestações prossigam na próxima semana.

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