O trabalho jurídico e técnico para o Brexit vai ser muito penoso, assumiu Michel Barnier e o Reino Unido terá de pagar o que deve. O negociador principal por parte da União Europeia participou da reun
O trabalho jurídico e técnico para o Brexit vai ser muito penoso, assumiu Michel Barnier.
O negociador principal por parte da União Europeia participou da reunião do colégio de comissários europeus, esta quarta-feira, para adotar as diretrizes de negociação.
Na primeira fase estão em causa:
- a proteção dos direitos dos cidadãos
- o pagamento dos compromissos financeiros
- a questão das fronteiras, nomeadamente com a Irlanda, mas também o problema do enclave de Gibraltar, em Espanha.
“Quem é que queremos proteger?”, disse Michel Barnier, numa conferência de imprensa após a reunião.
A resposta foi: “Não apenas aqueles que residem ou trabalham no Reino Unido atualmente, mas também as pessoas que aí tenham residido ou trabalhado no passado e que venham a residir ou trabalhar até à saída do Reino Unido da União. Como é óbvio, o que acabei de dizer aplica-se, igualmente, aos cidadãos britânicos”.
No que toca aos compromissos financeiros, a estimativa inicial aponta para 60 mil milhões de euros, tendo o jornal britânico “Financial Times” avançado que poderá chegar, mesmo, aos cem mil milhões de euros.
Valores dos quais o Reino Unido não quer nem ouvir falar, mas Barnier insistiu que “não se trata de uma punição ou de uma taxa de saída”.
“A União Europeia e o Reino Unido assumiram compromissos de financiamento de programas e projetos. Foi uma decisão em conjunto e todos beneficiamos em conjunto”, explicou o negociador.
Sendo um dos maiores contribuintes da União Europeia, o Reino Unido também recebe fundos comunitários para projetos nos setores das infraestruturas, agricultura e ciência, entre outros, cobertos pelo orçamento comunitário que vai até 2020.