"Voto" na abstenção deverá voltar a revelar a ausência de alternativas políticas na Argélia

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A abstenção deverá voltar a ser a grande vencedora das legislativas desta quinta-feira na Argélia.

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A abstenção deverá voltar a ser a grande vencedora das legislativas desta quinta-feira na Argélia.

Num cenário político dominado, desde a independência, em 1962, pelo partido da Frente da Libertação Nacional (FLN), e marcado por sucessivas denúncias de fraude, o sufrágio deverá voltar a não conseguir mobilizar a grande maioria da população.

As medidas de austeridade defendidas pela aliança pró-presidencial (FLN e União Nacional Democrática que controlam 289 lugares no parlamento), num país em plena recessão, que conta com mais de 70% de jovens abaixo dos 30 anos de idade, contribuem igualmente para o desinteresse do eleitorado.

Em Argel, um habitante explica:

“Eu não vou votar, não há um candidato que me represente, alguém a quem possa dar o meu voto. Eles enganaram-me quando era jovem, acreditei nas suas promessas que eles nunca cumpriram. Não vou votar”.

Outra residente afirma:

“Eles são todos iguais, falam, falam e quando se sentam no parlamento, já não fazem nada”.

O presidente Bouteflika, ausente da cena pública há vários meses, mobilizou os seus ministros e mesmo os responsáveis religiosos para apelarem ao voto, segundo ele, “em nome da estabilidade do país”.

Um chefe de Estado, há 18 anos no poder e que, apesar de graves problemas de saúde, e da ausência de um sucessor, poderia ainda voltar a apresentar-se às presidenciais de 2019.

A oposição apresenta-se igualmente fragmentada, entre duas alianças de partidos islamitas e uma miríade de pequenos partidos.

A desilusão dos eleitores face à estagnação da vida política no país contrasta, no entanto, com os 12 mi candidatos aos 462 assentos do parlamento.

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