Sem pátria, sem documentos, nem liberdade.
Sem pátria, sem documentos, nem liberdade. Um relatório de uma ONG de defesa dos direitos humanos alerta para o que considera ser o “limbo” de milhares de refugiados apátridas na Europa, detidos durante meses ou mesmo anos, por falta de documentos de identidade.
A organização, que apresentou um relatório sobre o tema em Budapeste, na Hungria, denuncia a negligência das autoridades europeias, por desconfiança ou falta de informação.
Pelo menos 600 mil refugiados encontrar-se-ão nesta situação na Europa, retidos em centros de detenção, sem possibilidade de serem expatriados.
Segundo Chris Nash, diretor da organização:
“A minha organização, a Rede Europeia dos Sem Estado, apresentou um relatório, uma agenda para a mudança que apela aos estados europeus para reformar o sistema de detenção de imigrantes, de forma a identificar pessoas apátridas para pôr fim às detenções arbitrárias e implementar as obrigações ao nível da legislação internacional”.
Mazen Beshtawe, é uma dessas pessoas. Nascido nos territórios palestinianos, o, hoje, embaixador da juventude do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, aguarda a nacionalidade cipriota, depois de ter escapado da Síria.
“Estivémos num barco com outras 345 pessoas, o objetivo era Itália como escala para atingir a Alemanha, mas o barco estava à beira de afundar-se, foi graças a um navio turístico que conseguimos salvar-nos e alcançar a ilha de Chipre”.
Num manifesto , várias personalidades da sociedade civil de 30 países europeus, denunciam igualmente a forma como alguns países limitam a sua política migratória à construção de centros de detenção de imigrantes.