Jean-Claude Juncker diz que língua inglesa perde influencia na Europa

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Por isso, o presidente da Comissão Europeia decidiu, na sexta-feira, dar um discurso em francês, na cidade italiana de Florença.

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Com Reuters

O presidente da Comissão Europeia, (CE) o luxemburguês Jean-Claude Juncker decidiu, durante uma visita à cidade italiana de Florença, dar um discurso em francês, explicando a decisão com o facto de a língua inglesa estar a perder terreno e importância a nível europeu.

“Progressivamente, o inglês está a perder importância na Europa”, disse Juncker, durante uma conferência, observação recebida com risos e aplausos da parte de vários representantes europeus e estudantes da Universidade de Florença.

A verdade é que o presidente da Comissão Europeia fala fluentemente diferentes línguas, entre as quais luxemburguês, alemão e francês, embora prefira o inglês em encontros internacionais. Desta vez, no entanto, disse preferir falar em francês também para ser entendido em França, quando faltam menos de três dias para a segunda volta das presidenciais, que opõem Emmanuel Macron (centrista, liberal, pró-UE) a Marine Le Pen (extrema-direita, populista, anti-UE).

A conferência em que participava o presidente da CE, sobre o estado da União, tem lugar num momento de tensão entre Bruxelas e Londres, quando falta pouco tempo para o pontapé de saída das negociações formais para a saída do Reino Unido da UE, o Brexit.

Jean-Claude Juncker disse que a decisão da parte dos britânicos constuia uma “tragédia.”

“Vamos negociar de forma justa com os nossos amigos britânico, mas não devemos esquecer-nos de que não vamos abandonar o Reino Unido. É precisamente a situação contrária.”

Theresa May, a primeira-ministra do Reino Unido, acusou, esta quarta-feira, os líderes europeus de tentarem influenciar os resultados das próximas eleições legislativas, que a líder do Executivo britânico convocou para dia 8 de junho.

No fim-de-semana passado, o semanário alemão Die Zeit publicou um artigo sobre um alegado jantar de Juncker e May, que teria ocorrido na semana anterior. Segundo a publicação, o presidente da Comissão teria dito à primeira-ministra que o Brexit não iria ser um sucesso.

Entretanto, Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu, disse, durante a conferência de Florência, que ninguém tinha como objetivo prejudicar May. A primeira-ministra justifica a decisão de convocar eleições com um desejo de fortalecer as relações com Bruxelas.

Tajani disse ainda que a sua principal preocupação era a garantia dos direitos dos cerca de três milhões de residentes da UE em território britânico.

Juncker reconheceu, por outro lado, que a UE tinha as suas “fraquezas” e que tinha alguma culpa na decisão tomada pelos britânicos. No entanto, insistiu em que, se a União Europeia era criticada no continente, a verdade é que era admirada no estrangeiro.

“Ultrapassámos décadas, séculos de sangrentas batalhas”, disse Juncker.

Entretanto, o delegado da CE para as negociações do Brexit, o francês Michel Barnier, deverá dar um discurso em Florença sobre os direitos dos cidadãos europeus. Espera-se, curiosamente, que o discurso seja feito em língua inglesa.

'EU Citizens' Rights: a Priority for Negotiations with UK' – MichelBarnier</a>&#39;s topic at <a href="https://twitter.com/hashtag/SoU2017?src=hash">#SoU2017</a> 14.45 on May 5 <a href="https://twitter.com/hashtag/EU60?src=hash">#EU60</a> <a href="https://t.co/9TRbgnfwJ1">https://t.co/9TRbgnfwJ1</a></p>&mdash; State of the Union (EUISoU) 4 de maio de 2017

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