Os protestos nunca cheiraram tão mal na Venezuela de Nicolás Maduro.
Após cinco semanas de manifestações contra o presidente venezuelano, regularmente marcadas por incidentes violentos, grupos de contestatários trocaram os tradicionais projéteis por verdadeiras “bombas” de excrementos humanos, lançadas sobre as forças de segurança em resposta à “repressão” policial e militar.
Em Caracas, face ao gás lacrimogéneo e aos canhões de água das autoridades, o líder da oposição Henrique Capriles fala num “cenário de resistência” e em dissidências entre elementos do Exército que, segundo ele, estão agora do lado dos milhares de venezuelanos que contestam os planos de Maduro para reescrever a Constituição. Capriles diz que “85 oficiais e os seus familiares” lhe pediram “para fazer saber a todos os meios de comunicação que existe um grupo que pretende defender a Constituição”.
Com duas novas mortes registadas durante os protestos desta quarta-feira em Caracas, sobe para 38 o balanço de mortos durante confrontos entre manifestantes e forças de segurança, à margem da vaga de contestação que se propaga desde o início de abril.