O ex-patrão do FBI, James Comey, confirma, numa declaração escrita, que Donald Trump lhe pediu para abandonar a investigação sobre Michael Flynn. Há já congressistas americanos a falarem de destituição do presidente.
Um dia antes da audiência perante a comissão do senado, o ex-diretor do FBI, James Comey, transmitiu ao congresso norte-americano uma declaração escrita onde confirma que Donald Trump lhe pediu para parar a investigação sobre Michael Flynn , relacionada com suposta ingerência russa na eleição americana.
No documento pode ler-se que, no dia 14 de fevereiro na sala oval da Casa Branca, Trump lhe falou da investigação sobre Michael Flynn, seu ex-conselheiro para a segurança nacional e lhe disse: “Espero que possa encontrar uma forma de abandonar o caso, de libertar Flynn. É um homem bom”.
A declaração, divulgada pelos média americanos, surge no dia em que outros dois membros do FBI – Mike Rogers e Dan Coats – foram ouvidos pelo senado tendo recusado confirmar a pressão do presidente sobre o caso Flynn, alegando que as conversas com o presidente são confidenciais.
Face a estes desenvolvimentos, o congressista democrata do Texas, Al Green, já afirmou que está a reunir a legislação sobre o processo de impeachement e que “se mais ninguém o fizer”, ele encetará “um processo com vista à destituição do presidente Donald J. Trump”.
O presidente não reagiu, nem respondeu às perguntas dos jornalistas que o aguardavam na Casa Branca no seu regresso de uma visita ao Ohio, mas aproveitou o momento para anunciar, ao jeito de Trump, por twitter, a nomeação do novo diretor do FBI. Trata-se de Christopher A. Wray, de 50 anos, um advogado de um gabinete privado que já desepenhou funções no Departamento da Justiça. A sua nomeação terá ainda que ser aprovada pelo senado.
I will be nominating Christopher A. Wray, a man of impeccable credentials, to be the new Director of the FBI. Details to follow.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 7 juin 2017