Gibraltar mais próximo de Londres à hora do "Brexit"

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De  Euronews
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A justiça europeia afasta a eventualidade de Gibraltar poder continuar a beneficiar do mercado único, em caso da saída do Reino Unido da União Europeia. O tribunal Europeu de Justiça rejeitou esta semana conferir ao território britânico um estatuto diferente daquele em vigor do outro lado do canal da Mancha. Em causa, o pedido das empresas de jogos de apostas na Internet instaladas no “rochedo”, para escaparem a um novo imposto britânico sobre os lucros das companhias “offshore”. Um pedido rejeitado pelo tribunal, baseado no Luxemburgo.

Para Peter Howitt, diretor da Associação de Apostas e Jogos de Gibraltar:

“O Tribunal Europeu está a tentar fazer duas coisas, por um lado dizem que Gribraltar não tem direitos diferentes da Europa por fazer parte do Reino Unido, um estado membro. Mas no processo do Brexit vemos a possibilidade de um acordo entre o Reino Unido e a Europa que não precisaria de incluir Gibraltar. A maior preocupação tem a ver com a fronteira com Espanha, obviamente temos um grande número de trabalhadores transfronteiriços”.

O único território britânico com uma fronteira terrestre com a União alberga 30 das maiores empresas e 60% dos principais atores dos sítios internet de apostas e de jogos de azar. O setor, em conjunto com os serviços financeiros, representa cerca de 40% do PIB anual do “rochedo”, com cerca de 3.200 trabalhadores no território e mais de 26 mil no estrangeiro.

Para Adrian Hogg, Presidente da Associação de Fundos e Investimento de Gibraltar:

“Sim, nós podemos perder a União Europeia, mas vamos ganhar de outro lado. Vamos ganhar junto dos nossos clientes no Reino Unido e vamos estar menos virados para UE do que para os nossos clientes na Suíça, na Ásia ou na América. As pessoas ficaram chocadas com o resultado do referendo mas agora já ultrapassaram esse sentimento e estão à procura de novas oportunidades que possam surgir”.

Gibraltar não vai conseguir assim escapar ao destino do Reino Unido durante as discussões do chamado “Brexit” que se iniciam já na próxima semana, marcadas pela vontade de Espanha de renegociar um estatuto de co-soberania do território.

O vice-ministro-chefe do governo, Joseph Garcia, mostra-se otimista:

“Para nós a maior preocupação é ao nível dos serviços, sendo o Reino Unido o nosso maior mercado. Eles deram-nos já garantias de acesso ao mercado britânico e aos novos acordos comerciais negociados pelo país, depois de sair da União Europeia, com outros estados da “Commonwealth” ou os Estados Unidos. O Reino Unido vai sempre incluir Gibraltar nos novos acordos”.

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