Trump reformula relações com Cuba

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De  Nelson Pereira
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Trump mantém a representação diplomática em Havana, mas impõe condições à reaproximação

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O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta sexta-feira medidas que fazem recuar o processo de reaproximação com Cuba iniciado em 2014 por Barack Obama.

Entre estas medidas, está a proibição de transações financeiras entre empresas e instituições americanas e entidades ligadas ao poderoso Grupo de Administração de Empresas de Cuba (Gaesa), um consórcio estatal controlada pelas Forças Armadas.

Os Estados Unidos manterão a representação diplomática em Havana, mas Trump impôs condições à reaproximação, nomeadamente a libertação de presos políticos e a realização de eleições livres.

O presidente norte-americano anunciou também uma redução no número autorizado de viagens de cidadãos americanos como turistas a Cuba. Referiu igualmente a sua oposição ao levantamento do embargo imposto à ilha comunista em 1962, nas instâncias internacionais como a ONU. O levantamento do embargo é porém da competência do Congresso, cujas duas câmaras – Senado e Câmara dos Representantes – são controladas pelos republicanos.

O discurso do presidente teve lugar em Miami, no estado da Florida, diante de uma assembleia de imigrantes cubanos, uma comunidade conhecida pela sua forte convicção anti-castrista. Trump fez várias referências elogiosas ao combate dos dissidentes políticos cubanos contra o regime castrista.

Quando em 17 de dezembro de 2014 Barack Obama e Raúl Castro anunciaram uma nova fase nas relações bilaterais, Washington avançou para a anulação de algumas das medidas administrativas de restrição ao comércio e às viagens. A partir de 2015, várias empresas americanas prepararam investimentos em Cuba e este é um processo que a Casa Branca não bloqueará, muito provavelmente. Mais de 250 mil americanos visitaram Cuba nos primeiros cinco meses de 2017, o que representou um crescimento de 145% com relação ao mesmo período de 2016, segundo fontes oficiais.

Os dois conglomerados turísticos, Gaviota e Cubanacan, fazem parte do Gaesa, cujo presidente executivo, o coronel Luis Alberto Rodríguez Lopez-Callejas, é o genro do dirigente cubano, Raul Castro.

Donald Trump vem apoiar assim aqueles que criticam a abertura iniciada por Obama, afirmando que Havana deixou de ser pressionada no sentido de conceder aos cidadãos cubanos mais liberdades políticas e religiosas. Estes críticos frisam que com a política de apaziguamento do regime de Castro aumentou o número de detenções políticas na ilha. Dizem também que o intercâmbio cultural é uma ficção, pois o turismo está nas mãos de entidades ligadas ao governo e o dinheiro gerado beneficia apenas esta elite.

Na edição desta sexta-feira, o diário estatal cubano Granma afirma que Cuba considera que o presidente dos Estados Unidos foi mal aconselhado por deputados de origem cubana, que usaram de “chantagens para sequestrar a política norte-americana” no capítulo das relações com Havana, agindo contra os desejos da maioria dos cidadãos norte-americanos.

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