Corpo de Simone Veil vai repousar no Panteão Nacional francês

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A França despediu-se esta quarta-feira, com honras de Estado, da ex-ministra e ex-presidente do Parlamento Europeu, Simone Veil, falecida na sexta-feira aos 89 anos de idade.

Uma homenagem fúnebre, no monumento dos Inválidos em Paris recordou o legado da sobrevivente dos campos de extermínio nazi e ex-responsável da pasta da Saúde que fez aprovar a primeira lei da despenalização do aborto em França em 1974.

Uma homenagem pública que contou com a presença da classe política francesa e europeia para assinalar o papel de pioneira da primeira mulher presidente do parlamento europeu em 1979 na reconciliação franco-alemã, dez anos antes da queda do muro de Berlim e da reunificação do país.

Depois da intervenção dos dois filhos de Veil, o presidente francês, Emmanuel Macron, recordou o exemplo inspirador da política e militante, anunciando que o corpo de Veil e do marido vão ser transferidos para o Panteão Nacional, ao lado de personagens ilustres como Victor Hugo ou Voltaire.

“Ela amou e defendeu sempre a Europa pois sabia que no coração deste sonho europeu havia também um sonho de paz e de liberdade, valores pelos quais tanto lutou. Ela não fez do esquecimento assim como do perdão aos carrascos uma condição essencial desta reconciliação, bem pelo contrário, pois ela queria que a memória se mantivesse viva para que o inconcebível não voltasse a acontecer e não para tentar diminuir o horror”, sublinhou Macron.

Ausente da cerimónia esteve a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, oficialmente por “razões pessoais”.

Como presidente da fundação da memória da Shoa, o holocausto nazi, Veil tinha denunciado por várias vezes as teses revisionistas defendidas pelo partido Frente Nacional, nomeadamente depois de Jean-Marie Le Pen ter colocado em dúvida a existência dos fornos crematórios nos campos de concentração.

A cerimónia terminou com a saída do caixão de Veil para o cemitério de Montparnasse em Paris – de onde deverá ser mais tarde transferido para o Panteão Nacional – ao som do “Chant des Marais”, o canto dos milhões de pessoas deportadas à força para os campos da morte do nazismo.

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