UE e Japão assumem-se como eixo anti-protecionismo comercial

UE e Japão assumem-se como eixo anti-protecionismo comercial
Direitos de autor 
De  Isabel Marques da Silva com Reuters e Lusa
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

A União Europeia e o Japão enviaram uma mensagem política contra o protecionismo, tendo os EUA como principal alvo. Os dois parceiros selaram as diretrizes políticas para um acordo de livre comércio,

PUBLICIDADE

A União Europeia e o Japão enviaram uma mensagem política contra o protecionismo, tendo os EUA como principal alvo.

Os dois parceiros selaram as diretrizes políticas para um acordo de livre comércio, durante uma cimeira, quinta-feira, em Bruxelas.

We did it. We concluded EU-Japan political and trade talks. EU is more and more engaged globally. Global Europe! pic.twitter.com/GhsRT2QihH

— Donald Tusk (@eucopresident) July 6, 2017

Depois de Donald Trump ter abandonado a Parceria Transpacífico (conhecida por TPP), o líder japonês, Shinzo Abe, disse que “infelizmente, os EUA retiraram-se dessa negociação, mas o Japão e a União Europeia chegaram a um acordo de princípio sobre elementos fundamentais para ambos, e penso que isso poderá ter um impacto positivo no TPP”.

Tal como o acordo com 11 países do Pacífico, os EUA também deixaram de mostrar interesse por algo similar com a União Europeia, conhecido por TTIP.

“Embora algumas vozes digam que estamos de regresso ao tempo do isolacionismo e da desintegração, nós estamos a demonstrar que não é o caso e que o mundo não precisa de andar 100 anos para trás”, disse Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu.

#EUJapan trade deal smacks of corporate protectionism. Our comment on #JEFTA deal https://t.co/OPMv9EESvi#EUtradepic.twitter.com/qgPVgc43nN

— Greenpeace EU (@GreenpeaceEU) July 5, 2017

Os governos europeus temem uma onda de protestos da sociedade civil, tal como aconteceu no caso do acordo recente com o Canadá.

Os sindicatos europeus e japoneses, por exemplo, estão contra a inclusão dos serviços públicos no acordo.

“Da minha experiência com liberalização dos serviços públicos, é provável que exerçam mais pressão no sentido da privatização de serviços tais como os da saúde, educação, água, saneamento”, disse, à euronews, Penny Clarke, secretária-geral adjunta da Federação Europeia dos Sindicatos do Serviço Público.

“São áreas onde é muito importante ter boas estruturas regulatórias de proteção para assegurar que somos capazes de responder às necessidades fundamentais das pessoas”, acrescentou a dirigente sindical.

O acordo abrangerá um terço do PIB mundial e afetará 630 milhões de pessoas.

Os setores de negociação mais difícil são os produtos lácteos europeus e os carros japoneses, sobre os quais existem tarifas muito altas.

A Comissão Europeia estima que o valor das exportações provenientes da União possa aumentar até 20 mil milhões de euros.

Pela primeira vez neste tipo de tratados, deverá ser incluído um compromisso específico relativamente ao cumprimento do Acordo de Paris sobre alterações climáticas.

O acordo UE-Japão foi obtido na véspera da cimeira do G20, na Alemenha, que reúne as vinte maiores economias mundiais e onde será, também, debatido o futuro do livre comércio nas políticas de regulação da globalização.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Trégua comercial EUA-UE é um alívio para europeus

"Estado da União": Escândalos políticos "aquecem" campanha eleitoral

Lei da "influência estrangeira" afasta Geórgia da UE, alerta Charles Michel