Governo do Brasil é reprovado por 85% e Michel Temer por 94% (Ipsos)

Governo do Brasil é reprovado por 85% e Michel Temer por 94% (Ipsos)
De  Francisco Marques
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Instituto de pesquisa publica a regular análise à política brasileira, com o atual executivo e o respetivo líder cada vez mais longe do povo, diz o estudo.

PUBLICIDADE

O nível de reprovação do Presidente Michel Temer e do respetivo governo atingiu valores recorde numa nova sondagem intitulada “Pulso Brasil”, divulgada mensalmente pelo Ipsos.

Depois de já ter registado uma desaprovação de 84 por cento em junho, o instituto de pesquisa voltou a analisar o governo brasileiro nas duas primeiras semanas de julho, entrevistando entre os dias 01 e 14 deste mês 1200 pessoas em 72 municípios brasileiros nas cinco regiões do país. A reprovação subiu para os 85 por cento, com uma margem de erro de três pontos.

A avaliação do governo federal brasileiro é a pior desde abril de 2005. Apenas dois por cento consideraram o trabalho do executivo de Temer como “ótimo” ou “bom”. Para 11 por cento, o governo foi “regular” e outros dois por cento não responderam.

Pesquisa Ipsos_Brasil</a>: reprovação ao governo Temer chega a 85%. Só 2% consideram a atuação do presidente boa/ótima <a href="https://t.co/SQ4GJmEXIP">https://t.co/SQ4GJmEXIP</a></p>— Ipsos Brasil (Ipsos_Brasil) 25 de julho de 2017

“O resultado confirma os altos índices de desaprovação do governo federal e do presidente Michel Temer. Identificámos que os efeitos da crise política e da delação premiada de Joeley Batista ainda se mantêm”, considerou o diretor da Ipsos Public Affairs, citado pelo jornal O Povo.

O responsável do instituto de pesquisa perspetivou que a tendência se mantenha nos próximos meses perante o desejado aumento dos impostos sobre combustíveis desejado pelo presidente.

Temer pior que o pior de Dilma
Numa outra sondagem mais personalizada, Michel Temer (PMDB) surge ao lado de outros 32 personalidades, incluindo políticos. Apenas cerca de três por cento aprova o presidente contra 94 por cento que o desaprovam totalmente ou em parte.

Nesta sondagem individual, Temer é seguido pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que conduziu o processo de destituição a Dilma Rousseff, somando apenas um por cento de aprovação e 93 por cento de desaprovação. O terceiro é Aécio Neves (PSDB-MG), com três por cento de aprovação e 90 por cento de reprovação.

O ex-presidente e eventual recandidato Lula da Silva conta com 68 por cento de desaprovação mesmo depois da condenação a nove anos e meio de prisão e o juiz federal Sérgio Moro, o líder do julgamento de primeira instância da Operação Lava Jato, é criticado por 28 por cento.

O nível de rejeição do atual presidente do Brasil só supera o pior registo da antecessora. Dilma Rousseff caiu para os 82 por cento em setembro de 2015.

À pergunta sobre o caminho que o Brasil está a levar, 95 por cento consideram estar no rumo errado e apenas cinco por cento defendem estar no rumo certo.

Esta sondagem, sublinhe-se, foi realizada antes do anúncio do governo de Temer, na semana passada, do aumento dos impostos sobre os combustíveis.

Um juiz federal decidiu esta terça-feira suspender esses aumentos, com o argumento de que, embora o Estado tenha o poder de alterar os impostos, a Constituição impõe um prazo de 90 dias para implementar uma medida destas e neste caso o governo quis impô-la de imediato.

Em nome do Estado, a Advocacia-Geral da União vai apresentar recurso da decisão judicial de suspender o aumento de impostos, cujo impacto será de 10 por cento nos atuais preços dos combustíveis.

Com o aumento, o governo de Temer pretende angariar 10.400 milhões de reais (2826 milhões de euros) adicionais até dezembro e travar um défice fiscal que nos primeiros cinco meses do ano somou 15.631 milhões de reais (4.248 milhões de euros).

Além deste aumento de impostos, o Governo anunciou um corte nos gastos previstos no orçamento deste ano de 5900 milhões de reais (cerca de 1603 milhões de euros). O novo corte na despesa junta-se a outro anunciado em março, no valor de 42.100 milhões de reais (11.443 milhões de euros) de diferentes rubricas orçamentais.

O Executivo espera que as medidas sejam suficientes para garantir o cumprimento da meta fiscal fixada para 2017, quando espera limitar o défice do país em 139.000 milhões de reais (37.783 milhões de euros), que equivale a cerca de 2% do PIB brasileiro.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Dezenas de milhares de brasileiros saíram à rua para mostrar apoio a Bolsonaro em São Paulo

Supremo Tribunal Federal derruba tese do marco temporal

Bolsonaro acusa Tribunal Superior Eleitoral de "punhalada nas costas"