ONG acusa polícia francesa de abuso de poder contra migrantes em Calais

ONG acusa polícia francesa de abuso de poder contra migrantes em Calais
De  Euronews
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Nove meses após o desmantelamento do campo de refugiados de Calais no norte de França, a organização de defesa de direitos “Human Rights Watch” acusa as autoridades francesas de violência para com os

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Nove meses após o desmantelamento do campo de refugiados de Calais no norte de França, a organização de defesa de direitos “Human Rights Watch” acusa as autoridades francesas de violência para com os migrantes e candidatos a asilo.

As acusações surgem no mais recente relatório da organização publicado esta semana.

Uma voluntária que trabalha para uma ONG francesa confirmou à euronews a ocorrência de atos de violência exercida pelas autoridades sobre os migrantes.

“A polícia aparece regularmente durante a noite, tira as pessoas dos sacos-cama, gaseiam tudo, sacos-cama e comida. Já levei imensas pessoas ao hospital que sofreram ferimentos em resultado disso. Apreendem tudo o que têm, mesmo os documentos, tudo pode ir parar ao lixo, para eles é muito complicado”, afirma Fanny Plancon da ONG Caritas France.

São mais de quatro centenas de migrantes, cerca de metade são crianças, provenientes de países como a Eritreia, Etiópia e Afeganistão.

Um migrante afegão entrevistado em exclusivo para a euronews, fala da sua experiência pessoal.

“Eu estava a andar na rua quando eles desceram dos carros e me atingiram com spray na cara, fiquei cego e quase ia sendo atropelado por uma viatura porque estava tonto. Não fiz nada de errado, estava apenas a andar na rua, não estava numa zona interdita ou dentro de um carro. Tenho amigos que levaram tareias várias vezes, alguns ainda estão no hospital”, afirma.

O relatório aponta o dedo às autoridades e, em particular, à polícia anti-motim que acusa de abuso de poder.

O governador da região de Calais, Vincent Berton, citado no relatório, rejeita as acusações de violência policial.

Fanny Plancon da ONG Caritas France acrescenta que os migrantes viveram episódios de violência na Líbia, travessias do Mediterrâneo que foram complicadas e mesmo assim dizem que Calais foi o pior por que passaram.

Enquanto francesa, adianta Fanny Plancon, é complicado pensar que estamos no país dos direitos do homem e que devemos acolher toda a gente.

Apesar do campo de refugiados anterior ter sido destruído em outubro passado, os problemas não desapareceram.

O jornalista da euronews Nima Ghadakpour afirma
“quisemos conhecer as reações da prefeitura de Calais relativas às alegações contidas no relatório mas até ao momento, a prefeitura optou por remeter-se ao silêncio. Anteriormente, as autoridades qualificaram o relatório como calunioso”.

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