Macau reergue-se das intempéries

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De  Euronews
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Macau espera que depois das tempestades a bonança chegue finalmente ao território. Para poder responder de forma eficaz a situações de emergência como as da semana passada, as autoridades vão criar uma comissão de resposta a catástrofes.

Estima-se que vai levar pelo menos uma semana a limpar as estradas depois da passagem do Hato, o mais violento tufão em 50 anos, e da tempestade Pakhar. Só em Macau, o tufão Hato originou pelo menos 10 mortos e mais de 200 feridos.

As autoridades tencionam aprender a lição. O gabinete que vão criar terá como objetivo rever o atual mecanismo de gestão de crise, as previsões meteorológicas, a coordenação da proteção civil e o estado das infraestruturas.

Segundo o boletim oficial, a comissão vai também rever o impacto dos danos causados pelo Hato que atingiu Macau na quarta-feira que além das vítimas mortais, provocou graves inundações e causou centenas de incidentes, incluindo quedas de árvores, de reclames, de andaimes e janelas.

desinfestação e fumigação do lixo mobiliza autoridades

A desinfestação e a fumigação do lixo nas zonas de Macau mais afetadas por inundações continuava hoje a mobilizar autoridades e voluntários, para evitar as doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue.

Grupos de pessoas com camisolas dos Serviços de Saúde e equipadas com fumigadores enfrentavam na tarde de hoje a chuva, entrando nos becos e ruelas da zona da Barra para pulverizar os detritos acumulados, após a passagem de dois tufões em menos de uma semana.

Com a maior parte do abastecimento de água e eletricidade reposto, o lixo emerge como a principal preocupação do Governo.

Só entre a meia-noite e as 08:00 de hoje (17:00 de domingo e as 01:00 de hoje em Lisboa) foram recolhidas 850 toneladas de lixo.

A fumigação dos detritos é feita de duas formas: uma com pulverização e outra com substâncias químicas, disse à agência Lusa o porta-voz dos Serviços de Saúde Vítor Moutinho. “Os vapores são lançados para os detritos e fazem a inoculação das larvas, impedindo a proliferação do mosquito”, explicou.

A fumigação teve início na tarde de quinta-feira, um dia depois da passagem do Hato — o pior tufão dos últimos 50 anos —, disse, explicando tratar-se de ações desenvolvidas pelos Serviços de Saúde e Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais.

Vários voluntários começaram a mobilizar-se e os Serviços de Saúde iniciaram, na sexta-feira, a distribuição de equipamentos a estes grupos para eles próprios fazerem a fumigação, adiantou Vítor Moutinho, explicando que “não vai ser possível contabilizar o número de pessoas envolvidas, porque entretanto foram criados diversos grupos”.

“Mais do que contabilizar [o número de pessoas envolvidas], é preciso prevenir a proliferação do mosquito e tudo o que tenha a ver com doenças transmitidas pelo mosquito, como a febre de dengue, o vírus Zika e a malária”, disse.

Desde o início do ano, Macau registou seis casos de febre de dengue, que resultaram de picadas de mosquitos na cidade, a que juntaram sete casos importados.

“Até agora não há registo de novos casos de doenças transmitidas pelo mosquito, mas nas semanas anteriores houve casos de dengue, portanto não se pode descartar essa possibilidade”, acrescentou.

As zonas da Barra e do Porto Interior estão entre as mais afetadas pelas inundações, mas outras como o Patane, Rua da Barca e bairro do Fai Chi Kei, no norte da península de Macau, também estão a ser alvo das medidas antimosquitos.

Os próprios militares do Exército de Libertação Popular chinês, mobilizados para ajudar na limpeza da cidade entre sexta-feira e a manhã de hoje, realizaram ações de desinfestação, para prevenir a propagação de doenças.

Além do controlo das pragas e mosquitos, o chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, Lam Cheong, aconselhou já a população a ferver a água canalizada, que esteve interrompida vários dias devido à passagem do tufão Hato na quarta-feira, devido ao risco de contaminação em depósitos de prédios danificados.

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Três operadoras de jogo doam 12 milhões de euros

Pelo menos três operadoras de jogo de Macau — MGM, Galaxy e Melco — anunciaram doações equivalentes a 12,6 milhões de euros, para ajudar nos trabalhos de recuperação e apoio à população, após o devastador tufão Hato.

O universo da Galaxy Entertainment anunciou uma doação de 60 milhões de dólares de Hong Kong (6,43 milhões de euros), “incluindo 30 milhões [de dólares de Hong Kong] da Fundação do Galaxy Entertainment Group, mais uma equivalente contribuição de 30 milhões da família Lui, para apoiar os trabalhos de auxílio às pessoas de Macau”, de acordo com um comunicado enviado hoje pelo presidente da Galaxy, Lui Che Woo.

“Na quarta-feira (…) o tufão Hato, o mais poderoso e destrutivo tufão em mais de meio século, desceu rapidamente sobre Macau e causou amplos danos e significativas dificuldades aos seus cidadãos”, indica o comunicado, que refere que as instalações da Galaxy ficaram danificadas, mas “apenas ferimentos menores foram relatados”.

“Quero expressar as minhas sinceras condolências às famílias e amigos das pessoas que morreram e aos cidadãos que sofreram ferimentos em resultado da devastadora destruição trazida por dois tufões”, diz ainda Lui.

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Por seu lado, a Melco Entertainment anunciou que criou um fundo de 30 milhões de patacas (3,12 milhões de euros) para apoiar “os funcionários, a comunidade e os trabalhos de recuperação no rescaldo do tufão Hato em Macau”.

A empresa suspendeu a construção do seu novo hotel Morpheus, de modo a poder desviar dois mil trabalhadores para as tarefas de recuperação da cidade durante este fim de semana.

Uma equipa de 2.500 voluntários da Melco e trabalhadores da construção foi também formada para ajudar a limpar destroços, distribuir garrafas de água e apoiar com necessidades urgentes da população, segundo a empresa.

“Este é o pior tufão que Macau viu em mais de meio século. A Melco e eu, pessoalmente, estamos 100% comprometidos em partilhar os nossos recursos coletivos para ajudar a cidade e as suas gentes a conseguir uma rápida e total recuperação da ordem”, indicou o presidente executivo da Melco, Lawrence Ho.

A MGM anunciou valor semelhante, 30 milhões de patacas. A forma como o dinheiro será distribuído “será decidida nos próximos dias e meses, com a orientação do Governo de Macau”, com as necessidades dos funcionários da operadora e das suas famílias a serem “consideradas e incluídas na alocação de fundos”.

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“As minhas condolências às pessoas de Macau, em nome de toda a família MGM. A nossa empresa experienciou e ultrapassou desafios semelhantes no passado e comprometo-me a disponibilizar todos os recursos da família MGM para uma recuperação total. Pela nossa experiência vai levar tempo, mas a MGM vai estar ao pé do Governo e das pessoas de Macau”, sublinhou o presidente da norte-americana MGM Resorts International, da qual a MGM China é subsidiária, Jim Murren.

Macau foi atingida, na quarta-feira, pelo tufão Hato, que causou dez mortos e mais de 200 feridos, deixando um rasto de destruição. Um segundo tufão, o Pakhar, menos intenso, fez-se hoje sentir na cidade.

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