ONG revela imagens de 214 aldeias Rohingya devastadas pelo exército

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As organizações humanitárias internacionais acusam a líder do Myanmar de fechar os olhos à perseguição da minoria muçulmana Rohingya. A ONG Human Rights Watch (HRW) publicou imagens de satélite captadas há três dias no estado de Rakhine, que mostram nove das 214 aldeias devastadas durante a ofensiva do exército birmanês iniciada em Agosto.

A organização acusa o governo do Myanamar de praticar uma política de “terra queimada” na região, com pilhagens, fogo posto e casos de violência sexual, para evitar o regresso dos mais de 400 mil refugiados que abandonaram o país em menos de um mês. As imagens mostram povoações como Maungdaw e Rathedaung, destruídas a mais de 90%.

“Trata-se de uma viagem sem regresso para o Bangladesh e eles não serão autorizados a regressar ao Myanamar. As pessoas estão a dizer, não só que foram perseguidas para fora das aldeias sob os disparos dos militares e da polícia, mas também que várias pessoas das aldeias envolventes estão a pilhar e a incendiar as suas aldeias, à medida que os refugiados abandonam o estado de Rakhine”, afirma Phil Robertson da HRW.

Para David Miliband, presidente do Comité Internacional de Resgate:

“Na semana em que a Assembleia Geral da ONU se reúne em Nova Iorque penso que é muito importante que tome uma posição unânime sobre o respeito dos direitos humanos e a proteção das minorias, e sobre a necessidade de enviar ajuda humanitária para a região. Tem que se exigir que as normas humanitárias sejam respeitadas no Myanmar como em qualquer outro país. É importante que a complexidade política de um país não ponha em casa os direitos fundamentais. Estes desastres humanitários são o combustível de mais radicalização que é o tema que deverá dominar as próximas reuniões da ONU se a organiza4ão não intervir imediatamente”.

O chefe da missão de investigação da ONU para o Myanmar, Marzuki Darusman, exigiu hoje um acesso ilimitado ao país para verificar a dimensão dos abusos que teriam provocado cerca de um milhar de mortos desde o início da operação “anti-terrorista” contra os militantes armados Rohingya que reivindicaram um ataque contra vários quartéis militares no dia 25 de Agosto. Darusman sublinhou ainda que os inspetores da ONU vão debruçar-se também sobre os relatos de que os militares birmaneses teriam minado a zona fronteiriça entre o Myanmar e o Bangladesh, a rota utilizada por dezena de milhares de refugiados nas últimas semanas. A missão vai igualmente investigar a “progaganda” oficial que compara os Rohingya a uma “peste”.

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