Segundo o Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados a situação dos Rohingya que fugiram para o Bangladeche é de emergência.
Enquanto, em Nova Iorque, na Assembleia Geral das Nações Unidas, o vice-presidente de Myanmar, antiga Birmânia, reiterou que a informação de que a “grande maioria” dos Rohingya fugiu para o país vizinho é falsa, e acrescentou que o seu governo está “profundamente preocupado” com o êxodo desta minoria étnica, o Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados diz que esta é a maior calamidade da atualidade:
“Fiquei impressionado com a magnitude das suas necessidades. Eles precisam de tudo: de comida, de água limpa, de abrigo, de cuidados de saúde adequados, talvez a necessidade mais urgente seja encontrar acomodações adequadas”, adiantou Filippo Grandi.
Quase meio milhão de pessoas terá fugido para o Bangladeche. A comunidade internacional, incluindo organizações não-governamentais, apontam o dedo ao exército de Myanmar e às atrocidades que está a cometer:
“As histórias que ouvimos, dos sobreviventes, são horríveis. Temos situações em que as pessoas foram violadas por vários indivíduos”, afirma Kate White, coordenadora da emergência médica dos Médicos Sem Fronteiras.
Até aqui, Aung San Suu Kyi, a Nobel da Paz, e líder do país, tinha manifestado apoio incondicional ao Exército. Na semana passada acabou por dizer que se sente “triste” com o sofrimento das pessoas envolvidas no conflito”. Os Rohingya, de maioria muçulmana, mais de um milhão de pessoas, não são reconhecidos como cidadãos do país.