ONU alerta para possibilidade de nova vaga de refugiados Rohingya

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A ONU lança um alerta para a possibilidade de um novo êxodo maciço de refugiados Rohingiya, seis semanas depois da ofensiva do exército birmanês ter obrigado mais de 515 mil pessoas a procurar refúgio no vizinho Bangladesh.

O apelo surge num momento em que as organizações humanitárias internacionais continuam sem autorização para aceder ao estado de Rakhine.

Segundo o Sub-secretário da ONU para as questões humanitárias, Mark Lowcock:

“O acesso de que dispomos deste momento ao estado de Rakhine é inaceitável, especialmente na zona norte do território. Reiteramos o apelo às autoridades do Myanmar para que tomem todas as medidas para permitir que todas as organizações humanitárias, para lá da ONU, possam realizar o seu trabalho”.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações, cerca de dois mil refugiados cruzarão diariamente a fronteira com o Bangladesh.

O país vizinho anunciou ontem a criação de um novo campo para acolher mais de 800 mil pessoas, provenientes de 23 instalações sobrelotadas onde se cruzam os mesmos relatos de refugiados.

“Os soldados atacaram a minha mãe. Foi torturada, partiram-lhe um braço com uma espingarda. O meu irmão e a mulher foram mortos”, afirma um refugiado.

“Eles queimaram a nossa casa, mataram pessoas e dispararam contra nós. Sim os massacres continuam neste momento”, afirma uma refugiada.

Os relatos de mais de um milhar de mortos e de centenas de aldeias destruídas, tinham levado a ONU a denunciar uma “limpeza étnica” por parte do exército contra a minoria muçulmana.

As ONGs no Bangladesh evocam uma crise humanitária entre os refugiados, com a desnutrição ameaçar cerca de 281 mil pessoas, entre as quais 145 mil crianças.

O Myanmar afirma estar pronto a implementar um acordo com o Bangladesh, datado de há 24 anos, que prevê o repatriamento de todos os refugiados “confirmados”. O governo birmanês não esconde, no entanto, que o processo será longo.

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