Carta enviada pelo presidente do governo da Catalunha não esclarece se Carles Puigdemont declarou, ou não, a independência da região.
Em carta enviada ao chefe do executivo espanhol, o presidente do governo da Catalunha não disse, claramente, se declarou, ou não, a independência da Catalunha.
Madrid, que tinha pedido ao governo regional uma resposta de “sim” ou “não” sobre se foi declarada unilateralmente a independência, já disse que não considera a carta válida, por falta de clareza.
Carles Puigdemont tinha até às 10 da manhã desta segunda-feira para esclarecer as autoridades de Madrid se declarou, de facto, a independência na semana passada.
Puigdemont, que participou este domingo numa homenagem a Luis Companys -que em outubro de 1934 já tinha proclamado a independência da Catalunha e acabou por ser fusilado depois da guerra civil -, não deu, por enquanto, qualquer sinal sobre o que pretende fazer.
Para Gabriela Serra, do partido pró-independentista, CUP, a resposta é clara:
“Creio que a responsabilidade do presidente é dizer que o povo catalão já se manifestou e disse que quer a independência para a constituição da república e isto é o que o parlamento tem que declarar”.
Em Madrid, o antigo chefe do governo, José Luis Rodriguez Zapatero, apelou à moderação do governo da Catalunha e ao diálogo:
“Faço um apelo ao governo da Catalunha para que retifique. É sempre melhor abrir a porta outra vez do que bater com a porta. É isso que demonstra a história. É sempre melhor voltar a tentar um modelo de convivência do que quebrá-la. São os ideais europeus”, afirmou.
Se Puigdemont não responder, terá até quinta-feira para repôr na Catalunha a situação anterior ao referendo e, caso o não faça, é acionado automaticamente o artigo 155 da constituição espanhola, que suspende a autonomia da província.
Se confirmar que declarou a independência, aciona automaticamente o artigo 155.