Notação da dívida soberana angolana é acompanhada por previsão que passa de negativa para estável.
A agência de notação financeira Moody’s desceu o rating da dívida pública de Angola de B1 para B2, mantendo-a num nível de classificação altamente especulativo.
A decisão é justificada com o fraco crescimento económico do país e a escassez de divisas. A Moody’s aponta ainda previsões de alta inflação, cortes no investimento público e um sistema bancário “fraco”.
“Angola ainda enfrenta o difícil desafio da diversificação, longe da sua forte dependência do petróleo”, escreve a agência de notação.
É ainda sublinhado que o endividamento público do país quase duplicou nos últimos quatro anos – para fazer face à quebra nas receitas com a exportação de petróleo.
Novo presidente admite “situação difícil”
O Presidente angolano, João Lourenço, admitiu que o país está numa “situação difícil” em termos económicos e financeiros.
De acordo com o Presidente angolano, a taxa de crescimento do PIB real foi de 0,1% em 2016, contra os 6,8% em 2013, antes da crise provocada pela quebra nas receitas com a exportação de petróleo, mantendo-se a previsão de crescimento de 2,1% para este ano.
Alguns economistas têm apontado, nas últimas semanas, a possibilidade de uma forte desvalorização do kwanza, moeda nacional, face ao dólar norte-americano, mas João Lourenço não adiantou medidas concretas neste discurso.
*Com Lusa