Advogado do líder catalão sugere possível pedido de asilo político à Bélgica em caso de mandado de captura europeu.
O presidente destituído da Catalunha deverá rejeitar viajar a Madrid, esta semana, para responder às acusações de sedição e rebelião após a declaração unilateral de independência do território.
Refugiado em Bruxelas, Carles Puigdemont, afirmou ontem que reconhece a convocação de eleições precipitada pelo governo central, mas que vai continuar a lutar pela soberania catalã, desde a capital europeia, rejeitando para já pedir asilo político às autoridades belgas.
O advogado belga do ex-presidente da “Generalitat” afirma, no entanto, que Puigdemont não tem previsto regressar a Madrid. Numa entrevista concedida à televisão flamenga VTM, Paul Bekaert, sugeriu que o presidente destituído da “Generalitat” poderia pedir asilo político à Bélgica, caso a justiça espanhola emita um mandado de captura até ao final da semana.
[UPDATE] "Ik denk niet dat Puigdemont komende weken zal terugkeren naar Spanje", zegt zijn advocaat bij VTM NIEUWS.https://t.co/P6Pt7n0Vao
— VTM NIEUWS (@VTMNIEUWS) October 31, 2017
O delegado do governo central para a Catalunha, Enric Millo, afirmou ontem, ao final de um Conselho de Ministros extraordinário que as autoridades locais funcionam neste momento com “normalidade” e que se preparam para as eleições agendadas para 21 de Dezembro, após a dissolução do executivo e parlamento autonómicos, ao abrigo do artigo 155 da Constituição espanhola.
Dois ex-conselheiros do governo catalão viajaram ontem de Bruxelas a Barcelona, acolhidos por protestos de unionistas no aeroporto de El Pratt.
Os treze antigos membros do governo regional e o ex-presidente foram convocados a comparecer a partir das 9h da manhã de quinta-feira no Tribunal da Audiência Nacional, sob ameaça de uma ordem de prisão preventiva caso rejeitem apresentar-se em Madrid.
Puigdemont afirma não ter sido ainda notificado oficialmente e que espera poder obter garantias de um processo imparcial.
A justiça deu igualmente três dias aos acusados para pagarem uma fiança de 6,2 milhões de euros, por desvio de fundos públicos para a organização do referendo independentista de dia 1 de Outubro.
A ex-presidente do parlamento, Carme Forcadell, está igualmente convocada a comparecer frente ao Supremo Tribunal.