Cimeira UE-UA promete agir contra escravatura de migrantes

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De  Nelson Pereira
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A escravatura de migrantes e refugiados foi discutida na cimeira da União Europeia-União Africana

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A escravatura de migrantes e refugiados vai ser combatida com medidas fortes, anunciaram os dirigentes africanos e europeus reunidos em Abidjan, na Costa do Marfim. O tráfico de seres humanos foi tema central da quinta cimeira da União Europeia-União Africana, em reação às imagens recentemente divulgadas por um canal televisivo norte-americanode um mercado de escravos na Líbia. Os participantes na cimeira preconizaram o lançamento de um inquérito internacional e a criação de forças especiais encarregadas de combater o tráfico de seres humanos

“O tratamento inumano de migrantes não pode deixar de nos interpelar e exige respostas à altura da nossa condenação. Para já, podem ser organizadas rapidamente ações humanitárias contra as redes de traficantes, que devem ser neutralizados e devem ser realizados inquéritos para apurar responsabilidades”, disse o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara.

O chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, que na quarta-feira defendera o lançamento de uma operação militar e policial para desmantelar redes de tráfico de migrantes na Líbia, anunciou, para os próximos dias ou semanas, operações de repatriação de urgência de migrantes vítimas de traficantes de seres humanos naquele país.

“Para começar, uma operação de extrema urgência para retirar da Líbia todos aqueles que querem e podem ser repatriados, para os ajudar a reggressar aos países de origem. A França será solidária com esta operação de urgência, que será executada nos próximos dias e nas próximas semanas”, disse Macron.

De acordo com a União Africana, cerca de 3.800 migrantes, principalmente originários da África Ocidental, vivem em condições inumanas. Estimativas apontam para um total de cerca de 700 mil migrantes retidos na Líbia.

O facto de migrantes e refugiados serem vendidos como escravos na Líbia tem sido ignorado. O relatório de abril deste ano da Organização Internacional para as Migrações denunciava a existência de mercados de escravos ao longo das rotas de migração no Norte de África.

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, classificou em meados de novembro de “desumano” o apoio da União Europeia à Guarda Costeira da Líbia, que tem resultado na detenção de milhares de migrantes em condições “horríveis” dentro do país.

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