É a primeira vez, em 25 anos, que um presidente turco faz uma visita oficial à Grécia. Chipre é o tema mais espinhoso entre os dois países.
Dois países separados pelo mar Egeu e uma rivalidade histórica voltam a encontrar-se, quinta e sexta-feira, com a visita oficial do presidente turco Recep Tayyip Erdoğan à Grécia. Mesmo se os dois países são aliados na NATO, há ainda muitas questões a dividi-los, de disputas territoriais à questão de Chipre. A questão migratória é também um dos temas fulcrais do encontro.
As diplomacias dos dois países estão apostadas em criar pontes: "A expansão dos canais de comunicação e o desenvolvimento de uma agenda positiva entre os dois países numa altura em que há dificuldades são os temas que podem trazer múltiplos benefícios para o país. O diálogo e a diplomacia produzem sempre resultados", diz o vice-ministro grego dos Negócios Estrangeiros, Ioannis Amanatidis.
Dos vários temas, a questão de Chipre é a mais espinhosa. As últimas conversações para a reunificação da ilha fracassaram. Nicos Christodoulides, porta-voz do governo cipriota, acredita que o encontro pode significar um avanço importante: "Esperamos que a Turquia responda à posição do governo grego de maneira a começar um diálogo significativo entre os dois países, para que através deste diálogo se veja se é necessário, ou não, preparar uma nova conferência sobre Chipre".
É a primeira visita de Erdogan à Grécia desde que era primeiro-ministro, em 2010, e primeira em várias décadas de um chefe de Estado turco. Os preparativos para a visita do presidente turco à Grécia duraram sete meses: "Atenas e Ancara falam de um evento histórico, porque Recep Tayyip Erdoğan é o primeiro presidente da Turquia a visitar a Grécia em 65 anos. Apesar dos diferendos, os dois países estão determinados em manter os canais de comunicação abertos e acreditam que esta é a única forma de discutir e resolver possíveis problemas", conclui o correspondente da euronews em Atenas, Akis Tatsis.